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23 dez 2024 02:29


Centro de reprodução humana do Hmib completa 23 anos

Unidade é a única do Centro Oeste reconhecida pela Anvisa como serviço de alto nível

O sonho da maioria dos casais é ter uma criança em casa enchendo o lar de alegria. Mas nem sempre isso é fácil ou acontece de forma natural. A reprodução humana é um processo bastante complexo que, para acontecer com sucesso, depende de uma série de fatores que envolvem tanto o homem quanto a mulher. Para grande parte das pessoas, a reprodução acontece pelo ato sexual. Porém nem sempre os casais conseguem engravidar por esse meio.

No Distrito Federal funciona o Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Humana Assistida (Cepa) do Hospital Materno Infantil de Brasília Dr. Antônio Lisboa (Hmib). O serviço do Sistema Único de Saúde funciona há 23 anos auxiliando no tratamento e ajudando os casais que, por algum motivo, ainda não realizaram o sonho de se tornarem pais.

A precursora desse projeto no Distrito Federal é a médica ginecologista Rosaly Rulli – especialista em reprodução humana pela universidade de Milão. “Em 1998 não existiam centros públicos de reprodução assistida, fomos os primeiros do Centro-Oeste a trazer esse serviço para os casais que não tinham condições financeiras para arcar com o tratamento”, recorda.

Em todo país, existem apenas três centros especializados em reprodução humana que atendem integralmente por meio do SUS. A unidade do Distrito Federal é credenciada pela Rede Latino Americana de Reprodução Humana e foi reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por realizar um serviço de alto nível.

A reprodução humana é a parte da Medicina responsável por auxiliar na concepção de bebês. O objetivo final é ajudar indivíduos com dificuldades de procriar a conseguirem iniciar a jornada da maternidade e da paternidade.

Alguns fatores que podem atingir diretamente o sistema reprodutor masculino e feminino:

Causas femininas

– Endometriose. É caracterizada pela presença do endométrio (tecido responsável por revestir a cavidade uterina) fora do útero;
– Hipotireoidismo e hipertireoidismo;
– Distúrbios na hipófise;
– Ovulação desregulada;
– Síndrome dos ovários policísticos;
– Alterações na regularidade da ovulação;
– Doença inflamatória pélvica crônica (DIPC);
– Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Causas masculinas

– Azoospermia;
– Varicocele;
-Prostatite;
-Alterações hormonais e produção inadequada de esperma;
-Criptorquidia unilateral ou bilateral;
-Câncer;
-Infecções sexualmente transmissíveis;
-Torção testicular.

Como conseguir atendimento?

Primeiramente, o casal deve procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima para ser atendido pela equipe de saúde da família. Durante a consulta, é preciso relatar as possíveis causas de o casal não está conseguindo engravidar. Feito isso, a equipe irá solicitar alguns exames.

Havendo necessidade de encaminhamento para a Atenção Especializada, a UBS irá encaminhar o paciente até a unidade hospitalar mais próxima e que atenda aquele caso se for alguma necessidade de intervenção cirúrgica ou uma histeroscopia.

Esgotando-se todas essas possibilidades, e somente a fertilização em vitro e a inseminação intrauterina forem a última saída, então, o casal será encaminhado ao Centro Especializado de Reprodução Humana do Hmib onde será inserido em uma fila para iniciar o tratamento.

A unidade trabalha com equipe multiprofissional composta por ginecologistas especializados em reprodução humana, embriologistas, andrologistas, psicólogos, geneticistas, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

“Mulheres que possuam qualquer problema no aparelho reprodutor, seja por obstrução tubária, seja por doença inflamatória pélvica e endometriose, ou mesmo as pacientes que não respondem aos indutores orais, esses são os principais fatores que norteiam o caminho para a reprodução assistida”, esclarece Rosaly Rulli.

A médica complementa a informação dizendo que, no caso dos homens, a quantidade e a qualidade dos espermatozoides também cooperam para que haja o sucesso na fertilização.

“Também é muito importante dizer que a nossa intenção, é claro, formar uma família, trazer um bebezinho. Mas, batalhamos muito para que aqueles casais que não conseguem receber o tão sonhado beta HCG positivo, possam receber todo apoio psicológico e clínico necessário, pois é muito difícil depois de todo processo receber um resultado de exame negativo”, ressalta.

Tratamento

A gestora pública Alzira Folha, de 40 anos, está em tratamento há seis anos e tenta a fertilização pela segunda vez. “Só tenho a agradecer a toda equipe da reprodução humana, pelo cuidado e dedicação com todos os casais que tentam ter seus filhos através da fertilização assistida”, afirma.

O casal Patrícia Afonso, de 38 anos, e o marido Luiz Carlos Afonso, de 61 anos, estão em tratamento há 7 anos. A única anormalidade constatada foi um mioma que foi retirado há um ano e meio. Após 14 anos de casados tentando engravidar, os dois foram encaminhados ao Hmib para iniciar o tratamento.

Segundo Patrícia, após um ano e meio da retirada do mioma, o tão sonhado teste positivo chegou. “Estou com três meses e meio de gravidez. Sempre sonhei em ser mãe e a equipe da doutora Rosaly me ajudou a alcançar esse sonho. São pessoas altamente profissionais e dedicadas e nós só temos a agradecer por estar vivendo esse momento mágico”, comemora.

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