Chamem a polícia! Câmara Legislativa se transforma em balcão de negócio nada republicano



O valor altíssimo de mais de meio bilhão de reais pago por ano pela população para sustentar a Câmara Legislativa tornou-se fichinha diante de um problema maior: o balcão de negociatas que foi transformado o parlamento do DF. Estão desmoralizando a CLDF

“Se cada um dos 24 deputados gastasse 30% do peso de seus mandatos em defesa da população já estariam cumprindo parte do seu papel como representante do povo. Mas, lamentavelmente, a maioria usa 100% do mandato em benefício pessoal e arranjos nada republicanos”.

A frase acima, de autor desconhecido, divulgada nos diversos grupos de WhatsApp nesta terça-feira (6) era uma referencia real sobre a situação nebulosa que se encontra a Câmara Legislativa do Distrito Federal após os escândalos que envolvem boa parte de seus integrantes em casos de corrupção. E não deveria ser assim. Um distrital recebe R$ 184 mil por mês só para contratar e manter assessores de sua confiança e custa ao contribuinte brasiliense quase um terço a mais que um integrante da Câmara dos Deputados.

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Apesar de tudo, a CLDF virou um caso de polícia. As constantes batidas policiais nos gabinetes dos deputados pela Operação Drácon da Polícia Civil e do Ministério Público autorizada pela Justiça está sendo o fim da picada para um parlamento que há muito tempo a população já vinha se indagando “para que serve mesmo essa coisa?”.

Clima constrangedor
O cenário é constrangedor para os segmentos da sociedade que vão ao Poder Legislativo em busca do amparo político, normalmente contra o GDF. Os poucos parlamentares que tinham voz crítica e contundente contra o governo de Brasília ficaram mudos de uma hora para outra.

Outros, não falam por medo das ameaças de dossiês ou por terem sido aquinhoados com uma fatia do bolo da máquina pública como foi flagrado, em áudio, o deputado Juareizão, atual presidente da Câmara legislativa, ao exigir no ano passado uma participação de cargos no governo.

Em uma entrevista exclusiva ao Radar, o ex-comandante da Academia de Polícia Militar, Coronel Jean Rodrigues Oliveira, exonerado esta semana pelo governador Rodrigo Rollemberg, pelo simples fato de ter defendido melhoria salarial para os quase 14 mil homens da Polícia Militar do Distrito Federal, fez um desabafo: “O Poder Legislativo, que poderia fazer o contraponto, se revela um poder acuado e dominado pelo Executivo. A sociedade está abandonada”, (Leia aqui).

Abandono
Essa é a mesma percepção de abandono sentida aos que não tem atendimento médico nos hospitais ou quem recorre em busca de socorro político por viver diariamente sob o terror das lâminas dos tratores da Agefis por morarem em áreas consideradas pelo governo de Brasília como públicas ou irregulares. A Câmara Legislativa vive divorciada de tudo e anestesiada das dores da população.

Na semana passada, o plenário da Câmara, mediante pressão popular aprovou um requerimento conjunto assinado por oito deputados para a instalação de uma audiência pública onde serão discutidas as violentas derrubadas de casas realizadas pela Agefis e a tentativa de buscar por uma solução que não seja tão traumática para milhares de famílias que estão ameaçadas de perderem seus lares.

Mas para debater um assunto de alta relevância que aflige a população ameaçada pelos tratores do governo, o deputado Juareizão, presidente da CLDF e do partido de Rollemberg, marcou a realização da audiência pública para o final do mês de outubro ou início de novembro.

“Comportamento como esse só tende a levar para o fundo do poço a Câmara Legislativa do Distrito Federal”, afirmam as lideranças comunitárias que exigem que a audiência pública seja feita em caráter de urgência.

CPI moribunda
A CPI da Saúde que iniciou com força total e que chegou a nomes próximos ao governador Rodrigo Rollemberg que estariam envolvidos até o pescoço com a roubalheira do dinheiro do sistema de saúde Pública de Brasília, parece ter sido abatida em pleno ar com as denúncias feitas pela deputada Liliane Roriz que empurrou para o olho do furacão alguns membros da própria CPI.

Durante um almoço, Liliane gravou a ex-presidente e amiga dela Celina Leão. A filha de Roriz entregou os áudios ao Ministério Público. As denúncias revelam um suposto desvio de recursos de uma emenda parlamentar para a área de saúde no valor de 30 milhões de reais. A emenda é de autoria da própria denunciante.

Mesmo ferida de morte, o presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), tenta recompor a Comissão com os poucos que sobraram, mas encontra dificuldades para investigar na própria carne. A CPI também terá que ouvir os depoimentos da ex-presidente Celina Leão, do ex-primeiro secretário Raimundo Ribeiro (PPS), do ex-segundo secretário Júlio César (PRB), do ex-terceiro secretário Bispo Renato Andrade (PR) ; do deputado Cristiano Araújo (PSD) e de funcionários e ex-funcionários.

Na última reunião a CPI da Saúde ouviu o depoimento do ex-diretor executivo do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso. Ele é apontado nas gravações feitas pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, como o responsável por garantir ordens de pagamento à empresa de vigilância e serviços Ipanema, ligada ao deputado distrital Cristiano Araújo (PSD).

Ricardo Cardoso e o deputado Cristiano Araújo, membro da CPI, teriam se encontrado num restaurante e foram a um show juntos em São Paulo para comemorarem o pagamento de R$ 8 milhões devidos à empresa Ipanema. Como se vê, a Câmara Legislativa está literalmente sentada no banco dos réus.

Fonte: Radar Condomínios



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