Classificação de risco do Hospital de Base ganha reconhecimento do TCDF



Serviço foi considerado como boas práticas em urgência e emergência

Por Alline Martins e Alessandra Franco

O Hospital de Base está chegando aos 56 anos de existência. Referência em trauma, a unidade conquistou também reconhecimento no quesito atendimento: foi apontado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) como exemplo de boas práticas em urgência e emergência graças ao serviço de acolhimento ao paciente, na classificação de risco.

Com 20 enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de cinco estagiários de enfermagem, o setor de classificação de riscos do Base conseguiu manter ininterrupto o serviço, mesmo em momentos de déficit de servidores. “Também contamos com profissionais bem experientes e isso ajuda a agilizar o atendimento”, frisa a coordenadora da Classificação de Risco, Leila Borges.

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Os pacientes percebem a diferença. “Achei muito rápido. Mal cheguei aqui e já fui chamada para a classificação de risco”, observa Rosiley Clarette, que saiu com uma pulseirinha amarela para aguardar atendimento no pronto socorro.

Já na sala da otorrinolaringologista, a paciente Clesia Nunes também elogiou o serviço. Em pouco tempo foi classificada e atendida em consultório. “Até mesmo domingo, que também vim aqui, achei que foi bem ágil, esperei pouco”, ressalta.

Por mês, cerca de 10 mil pacientes passam pela classificação de risco da unidade.

Números
base
Aberto no mesmo ano da inauguração de Brasília, o Hospital de Base é hoje referência no Centro-Oeste. Por lá circulam diariamente cerca de cinco mil pessoas, entre profissionais de saúde, pacientes, servidores e acompanhantes. Além da população do Distrito Federal, a unidade atende pacientes do entorno e de outros estados como Goiás, Minas Gerais e Nordeste.

O atendimento no Base é terciário, ou seja, trata as doenças com maior grau de complexidade, como câncer, traumas diversos, doenças autoimunes, entre outras. São oferecidas 37 especialidades médicas.

Somente no primeiro semestre deste ano, foram realizadas 206.340 mil consultas especializadas e 94.743 mil na emergência. Só no ambulatório da cardiologia passam diariamente de 40 a 50 pacientes. O cardiologista José Carlos Quinaglia, que já foi diretor da unidade, explica que atuar em um hospital do porte do Base torna o serviço motivador.

“Já devia ter me aposentado, mas tenho uma grande motivação de atender aos pacientes que precisam, além de gostar de trabalhar com os colegas do HBDF”, ressalta o médico, que atualmente coordena uma pesquisa sobre pacientes com sequelas de infarto do miocárdio.

O paciente Wilson Gonçalves de Souza, natural de Minas Gerais, deu entrada no HBDF há 20 anos, para tratar de um infarto e continua o acompanhamento até hoje. Ele afirma que foi atendido pela equipe de cardiologia com profissionalismo e seriedade. “Sou muito satisfeito com a equipe aqui no Base. Sinto que estou em boas mãos. Esse hospital é uma grande referência para mim”.

Já o setor de neurologia realizou, de janeiro a junho deste ano, 5.977 consultas e 3.962 procedimentos de eletroneuromiografia, eletroencefalograma e eletroencefalografia. A neuropediatra Maria Angélica de Carvalho Barbosa, passou a fazer parte da equipe do Base em 2006, mas tem uma história antiga com a unidade. O pai dela, o médico Ailton Barbosa, foi o fundador da Neurologia Infantil do DF (que fica no Base).

“Meu pai fez residência no Base. Ele se aposentou e eu vou dar continuidade ao legado dele. Tenho muito orgulho do meu pai e desse hospital que me ensina muito, e proporciona dar o melhor atendimento às crianças com dificuldades neurológicas e que precisam de atendimento especializado”, ressalta.

Recursos humanos
São 3.344 servidores, entre profissionais administrativos, técnicos, enfermeiros, odontólogos e médicos de várias especialidades, atuando no Base. Somam-se aos servidores, 611 residentes. Além deles, trabalham na unidade 695 terceirizados que prestam serviço na alimentação, segurança e limpeza.

Firmino Ramos Ventura é o servidor mais antigo da unidade. Trabalha há 43 anos na área administrativa e diz que realiza as atividades com orgulho. “Trabalhei na recepção e hoje estou na Anatomia Patológica. Quando fazemos algo com felicidade e orgulho, vestindo a camisa, somos muito mais proativos e eficientes. E como a população vem crescendo, aumenta a quantidade de serviços. E precisamos ser cada vez mais proativos”, destaca Firmino Ramos

História
O HBDF foi o primeiro berço de formação de médicos do Distrito Federal e de outros estados. Enquanto residentes moravam na unidade para poderem estudar medicina, profissionais de diversas especialidades enraizaram seus conhecimentos na prática diária de um grande hospital, que teve como um de seus pacientes internados Tancredo Neves. Além disso, teve como servidor da casa o cantor Ney Matogrosso, que atuou no Arquivo Médico.
A construção do hospital se iniciou na área que abrange os ambulatórios. Em 1968, foi iniciada a elaboração do projeto de construção do Hospital de Base em uma área de 300 mil metros quadrados. Em 1975, o Hospital Distrital foi transformado em Hospital de Base do Distrito Federal.

As primeiras unidades criadas foram: clínica médica, clínica cirúrgica, sala de cirurgia com três mesas, Central de Material Esterilizado (CME), radiologia, lavanderia e cozinha. A partir de 1978, com a expansão da rede de saúde em todo o Distrito Federal e com a proposta de hierarquização da atenção à saúde, o Hospital de Base mudou seu perfil, restringindo o atendimento aos casos de alta complexidade (patologias de alta complexidade ou terciárias).

Fonte: SESDF



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