Distritais repudiaram endurecimento de Rollemberg para com servidores públicos em decorrência de calote do próprio governo
Por Kleber Karpov
Deputados da Câmara Legislativa do DF (CLDF) de oposição e da base do governo se posicionaram contrários ao Decreto nº 37.692 de 6 de outubro de 2016, publicado pelo governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB). A iniciativa dos deputados Celina Leão e Raimundo Ribeiro (PPS), em tentar barrar o Decreto, foi acompanhada por parlamentares da base petista e de outros partidos.
Dois projetos de decreto legislativo foram apresentados por parlamentares, um do PPS e outro do PT para derrubar o ‘Decreto da Mordaça’ que estabelece o endurecimento com os servidores públicos em relação a participação em greves, principalmente, se declaradas ilegais. O caminho foi escolhido por Rollemberg após sugerir que os mais de 150 mil servidores públicos da Saúde, Educação e Administração Direta não devem receber, novamente, o pagamento das incorporações de gratificações, em atraso desde setembro de 2015.
Na sessão do plenário de terça-feira (11/Out), vários deputados se posicionaram contrários e repudiaram a atitude de Rollemberg. Entre eles Reginaldo Veras (PDT) que faz parte da base do governo. Veras chegou a ler uma nota de repúdio do PDT contra a postura do governador e cobrou a imediata revogação do decreto, além de se estabelecer o diálogo com o funcionalismo público.
Sindicalista, o distrital Wellington Luiz (PMDB) lembrou a obrigatoriedade de a CLDF derrubar o decreto de Rollemberg, o que considerou uma tentativa de intimidação por parte do governador. “Os servidores já estão sendo vítimas de um calote e não podem ser intimidadas dessa maneira […] “Se não derrubarmos um decreto desses, não podemos representar os eleitores. Esta Casa tem uma obrigação com o povo de Brasília” , disse ele.
O distrital, Chico Vigilante (PT), ironizou ao observar quer Rollemberg teve participação na concessão dos reajustes que agora não consegue pagar. Isso, durante as mobilizações dos servidores na gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz (PT). O parlamentar no entanto observa que o decreto é similar à Lei de Greve, durante a “ditadura militar”.
O deputado Bispo Renato Andrade (PR) também não deixou por menos ao sugerir que o governo tenta punir os servidores, duas vezes. Uma por não pagar o valor devido e a outra por tentar impedir que os trabalhadores cobrem esse pagamento.
Raimundo Ribeiro (PPS) classificou o decreto por “ridículo”. O Distrital lembrou o contrassenso de além desonrar com o compromisso assumido em setembro de 2015, “ainda quer impedir que os servidores demonstrem sua insatisfação”.
Wasny de Roure e Ricardo Vale, ambos petistas e Chico Leite (Rede) também lamentaram e se posicionaram contrários ao decreto e a postura de Rollemberg.
Apesar dos pesares
Mesmo com as manifestações dos parlamentares, o distrital, Agaciel Maia (PR), da base do governo e candidato a sucessão da presidência da CLDF, decidiu que os projetos só devem entrar em votação na próxima semana.
Com informações da Câmara Legislativa do DF