Com alta taxa de transmissibilidade, EG.5 ou ‘Éris’, nova subvariante da Ómicron chega ao Brasil

Países da região do Leste do Pacífico relataram taxas de transmissão de 80% em menos de 30 dias, outros apontam índice de até 137%. OMS alerta, covid-19 não acabou



Por Kleber Karpov

O Brasil registrou nesta sexta-feira (18/Ago), confirmação do primeiro caso de contaminação de covid-19, pela cepa EG.5, também chamada de Éris,  O caso ocorre. Embora com letalidade considerada baixa, por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos mais de 50 países por onde chegou, a subvariante da ômicron preocupa em decorrência da alta taxa de transmissibilidade. Países da região do Leste do Pacífico relataram taxas de transmissão de 80% em menos de 30 dias.

O registro do caso no Brasil, ocorre um dia após a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), emitir nota informativa em que a SBI pede o reforço às autoridades sanitárias, quanto à vigilância dos casos sintomáticos de covid-19, de modo a se detectar previamente a qualquer mudança de cenário no país. Muito embora, a entidade pondere que a Éris, ainda não modificou o ‘potencial’ de modificar o cenário epidemiológico no Brasil.

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De acordo com o SBI, a apresentação de mais capacidade de transmissão e escape imunológico — capacidade do mutação do vírus que permite evadir ou contornar a resposta de anticorpos produzidos em resposta à infecção ou à vacinação —, por parte do vírus . Condições essas que podem voltar a aumentar o número de casos de covid-19, globalmente, até que ela se torne a nova cepa dominante e se estabilize dessa forma.

Vacina em dia

Também na mesma linha, o Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)(17/Ago) aponta que o cenário no Brasil é de estabilização ou queda dos casos de síndrome respiratória aguda grave causados pela covid-19.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que os estados devem manter os fluxos de coleta e envio de amostras para que a vigilância genômica sobre o SARS-COV-2 possa ocorrer em todo o território nacional.

“A situação atual ainda é de certa tranquilidade, mas isso não muda o fato de que a população deve estar em dia com a vacinação para covid. Os dados continuam mostrando que a vacina oferece uma proteção muito boa, especialmente para as formas graves da enfermidade”, explica Gomes.

Transmissibilidade

Apesar destas características, segundo a OMS, Éris (EG.5) foi classificada  apenas à condição de variante de interesse, também conhecida, da sigla em inglês como ‘VOI’ ou “Variante de Interesse Epidemiológico”, em decorrência das características que podem ter implicações para a saúde pública, como maior transmissibilidade, resistência a tratamentos ou vacinas, ou potencial impacto na gravidade da doença. No entanto, a subvariante da Ômicron é considerada de baixo risco, em nível global, por não impor mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos).

Porém, como advertiu, na sexta-feira (11/Ago), o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom “O vírus continua em circulação em todos os países. Continua a provocar mortes e a modificar-se”.

Éris no mundo

Identificada inicialmente na Índia, de acordo com a OMS, a Éris se espalhou para outros países asiáticos, além da América do Norte e da Europa. Com o alto poder de transmissibilidade, a ‘neta’ da Ômicron, resultou em um aumento vertiginoso, nos casos de contaminação por covid.

Segundo a OMS, apenas entre 10 de julho e 6 de agosto 1,5 milhão de casos foram reportados. Equivalente a um aumento de 80%, se comparado ao os números dos 28 dias anteriores. Em alguns países, na região do Pacífico Leste, os registros de casos apontam o aumento das infecções, em 137% nesse mesmo período. Condições essas, refletidas  principalmente em países a exemplo da China, Estados Unidos da América, a Coreia do Sul e o Japão.

Muito embora, na contramão do número de casos registrados, os óbitos tenham demonstrado uma redução de 57%, alcançando a marca de 2,5 mil, também segundo os dados da OMS. Porém, com a ressalta de tal percentual, poder não refletir a condição real, em decorrência da redução de testes de diagnóstico e o monitoramento da pandemia também tiveram queda.

 



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