Após saldo de 62 mortes registradas em 2019, com orçamento próprio, Ibaneis pretende atacar de frente a batalha contra mosquito transmissor da doença

Por Kleber Karpov

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), decretou nesta sexta-feira (24), situação de emergência na Saúde Pública do DF, em período de 180 dias. O motivo é o o risco de epidemia de dengue e, potencialmente, de febre amarela, de possível introdução do vírus Zika e Chikungunya no DF, além da alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no país.

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Com a assinatura do decreto, o GDF pode, em caráter excepcional de interesse público, em caráter de urgência, contratar pessoal, serviços, além de realizar aquisição pública de insumos e materiais, para atender a situação emergencial à saúde pública do DF. Diretrizes essas, a serem estabelecidas por meio da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF).

Decisão acertada

Para o deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), da Câmara Legislativa do DF (CLDF), dado a sazonalidade da incidência de casos de dengue, a decisão do governador é acertada e soma o esforço de evitar mortes por causa da doença no DF.

“Ano passado, nós realizamos duas audiências públicas na Câmara Legislativa, uma com os Agentes de Vigilância Ambiental e outra com os Agentes Comunitários de Saúde e o foco foi tratar da questão do aumento dos casos de dengue no DF. Em ambas haviam, servidores e especialistas que apontaram diversos problemas, dentre eles, a falta de estrutura, de recursos humanos e financeiro também.”, disse.

Segundo Vianna, a gestão do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), deixou, em 2018, um orçamento “baixíssimo” para que o sucessor pudesse atuar efetivamente, no combate a dengue no ano seguinte.

“Ano passado, a gestão da saúde teve problemas graves, por uma série de fatores provenientes ainda da gestão do ex-governador, Rodrigo Rollemberg que foi irresponsável em aprovar um orçamento baixíssimo para 2019. Tanto que ainda tivemos a interdição da sede da DIVAL [Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal (DIVAL), vinculada à Subsecretaria de Vigilância Sanitária (SVS), da SES-DF], em Taguatinga, pelo Ministério Público [do Trabalho (MPT)], por falta de condições de funcionamento da unidade. Inclusive com denúncia de devolução de recursos, ao Ministério da Saúde, caso amplamente noticiado pela imprensa, até mesmo em rede nacional.”, disse Vianna.

Mais recursos

Vianna observa ainda que, em 2020, mesmo com o risco de aumenta consideravelmente as incidências de casos de dengue, dado a sazonalidade cíclica que ocorre em intervalos de três a cinco anos, o GDF ao decretar a situação de emergência, deve contar ainda com mais recursos para tentar neutralizar os casos de dengue no DF.

Isso porque a CLDF, aprovou previsão orçamentária, para 2020, de R$ 5,8 milhões, destinado a ações para o combate a dengue. Desses, R$ 3,2 milhões para vigilância ambiental, R$ 1,9 milhões para prevenção e controle de doenças transmissíveis e R$ 656 mil, para vigilância epidemiológica.

“Creio que o governador tenha as condições necessárias para atuar preventiva e efetivamente para combater a procriação e contar a contaminação das pessoas, além de garantir que aquelas que efetivamente contraírem a doença seja devidamente assistida na rede pública de saúde. Política essa que precisa ser contínua pois só assim teremos êxito contra os transmissores da dengue, Zika e Chikungunya”, disse Vianna.

Enfrentamento

Algumas das respostas do GDF se deram com a criação de forças tarefas, uma em junho e outra em dezembro do ano passado. Essa última, com o lançamento do Plano de Enfrentamento à dengue, composta por 13 órgãos do governo, com propósito de passar por todas as Regiões Administrativas (RAs), com a finalidade de inspecionar mais de 1 milhão de imóveis e repartições públicas.

A tecnologia também entrou na briga do combate a dengue, também em dezembro, com a realização do 1º Hackathon em Saúde Pública do DF – Combate à Dengue, encerrado na sexta-feira (13), no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB (CDT). A maratona resultou em soluções tecnológicas para promover a educação e promover o controle e a prevenção da doença no DF.

De acordo com o secretário de saúde, Osnei Okumoto, além da participação de militares, cerca de 2.600 profissionais devem atuar no combate ao risco de epidemia, das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. Parte do efetivo, de agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e de Vigilância Ambiental (AVAs).

“É importante que a população deixe os agentes, devidamente identificados, entrarem em sua residências para realizar o trabalho. A população também não deve deixar água parada em casa, pois são criadouros para a perpetuação do mosquito. É sempre importante a participação da população neste processo”, acrescenta Osnei Okumoto.

Atualização: 24/01/2020 às 23h19



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