Comissão de Fiscalização da CLDF cobra explicações sobre falhas no atendimento de Saúde



A presidente do colegiado, deputada Jaqueline Silva, se mostrou perplexa com a falta de profissionais de saúde

Por Franci Moraes

Em audiência pública na manhã desta quinta-feira (8), parlamentares da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da CLDF cobraram resultados dos diretores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF) durante apresentação do relatório de atividades do primeiro quadrimestre da Secretaria de Saúde. Após exposição dos técnicos da Secretaria, os deputados Jaqueline Silva (PTB), Leandro Grass (Rede) e Jorge Vianna (Podemos) questionaram sobre a queda na cobertura da atenção primária e a carência de médicos nas unidades de saúde, além do crescimento dos casos de dengue no DF, entre outros indicativos.

A presidente do colegiado, deputada Jaqueline Silva, se mostrou perplexa com a falta de profissionais de saúde, o que vem comprometendo os atendimentos relativos à atenção primária. Acrescentou que a UTI Pediátrica do Hospital de Santa Maria “corre sério risco de fechar” devido à carência de profissionais.

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Em resposta, o secretário adjunto de Saúde, Sérgio Luiz da Costa, disse que não há intenção de fechamento daquela UTI e alegou que os serviços passam por um “processo de transição”. Ele lembrou que a conversão da categoria médica para a atenção primária exige que muitos especialistas passem por etapas de capacitação e qualificação. Não apenas os médicos, mas também outros profissionais que aderiram à categoria de agentes comunitários necessitam de capacitação, complementou. Anunciou que a secretaria aguarda autorização para a realização de concurso público para 106 médicos na área de Saúde da Família. Alegou ainda que a mudança de estratégia pela qual a gestão de saúde pública vem passando, a qual ele qualificou como “audaciosa”, demanda tempo e transição.

Em contraponto, Jaqueline Silva disse aos diretores do IGES presentes na audiência: “Torcemos para que o trabalho do IGES dê certo, mas por enquanto a comunidade está reclamando”. Do mesmo modo, o deputado Leandro Grass frisou que o Instituto, que a princípio se mostrou uma “panaceia”, ainda não cumpriu nenhuma das promessas de melhora na saúde pública do DF. “Passaram seis meses e não vimos os resultados prometidos”, afirmou. Ele mostrou ainda preocupação com a “transparência ativa” das informações e cobrou acessibilidade digital dos dados da Secretaria de Saúde.

Dengue

Grass citou também como alarmante o aumento de quase mil por cento nos casos de dengue. Segundo dados apresentados pela diretora de Planejamento da Secretaria de Saúde, Cristiane Braga, na comparação entre o mesmo período do ano passado e deste ano, os casos de dengue subiram de 1.493 para 14.018 casos diagnosticados. Também houve aumento nos casos de chikungunya, de 72 para 188, e de zika, de 52 para 143. Todos em residentes do DF. No combate a essas doenças, a Secretaria de Saúde adotou diversas ações. Segundo Braga, houve inspeção em mais de 197 mil imóveis contra o aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, além do aumento de 80% das análises da qualidade da água.

Orçamento

Já o deputado Jorge Vianna pediu informação sobre a administração financeira e orçamentária da Secretaria de Saúde, especialmente diante da redução de 25% dos recursos destinados à pasta para este ano em relação ao ano passado. O parlamentar quer saber também “quanto o Iges está custando para a Secretaria”. Ele teme que “uma se torne a prima rica e a outra a prima pobre”. Por outro lado, ele elogiou a presença da equipe da Secretaria na audiência, que, por sua vez, prometeu encaminhar à comissão as informações solicitadas. Nesse sentido, a deputada Jaqueline Silva sugeriu reuniões sazonais para tratar do assunto, antes da apresentação do relatório do segundo quadrimestre.

Também participaram da audiência sindicalistas da área de saúde, que pediram a visita dos deputados da comissão nas unidades de saúde para averiguar as condições de trabalho, além de candidatos aprovados em concurso público para aquela Secretaria. Por meio de faixas, eles reivindicaram a nomeação nos cargos para os quais foram aprovados em 2018.

Fonte: CLDF



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