Conheça o fluxo para atendimento da mulher na rede pública de saúde

Em 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, SES dá dicas para acesso aos serviços; unidades básicas de saúde são a referência de entrada



Para atendimento de saúde – acompanhamentos, exames de rotina e vacinas, por exemplo –, a porta de entrada é sempre a Unidade Básica de Saúde (UBS). No mês do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, a Secretaria de Saúde (SES) lembra ao público feminino como acessar os serviços e reforça a importância do acompanhamento.

“Os enfermeiros, por exemplo, podem fazer a coleta do preventivo, algo que, às vezes, as mulheres desconhecem”Viviane Tobias Albuquerque, servidora da área técnica de saúde da mulher na atenção primária

O primeiro passo é saber qual a UBS de referência mais próxima da sua residência. O local pode ser consultado aqui. Depois disso, vá até lá com documento oficial de identificação com foto, cartão do SUS e comprovante de residência (recomendável, mas não obrigatório).

O acolhimento será feito por uma equipe de Estratégia Saúde da Família (eSF). Além do cadastro, no primeiro atendimento há ainda a coleta de informações para entender as principais necessidades de cada paciente.

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Izaildes Maria Dantas, 69 anos, é atendida por Thiago Muniz, interno de medicina, na UBS 3 do Guará | Fotos: Divulgação/SES

Médica da família na UBS 3 do Guará, Fabiana Fonseca explica que a unidade abrange mais serviços do que parte da população imagina. “Tudo que é possível, nós tratamos aqui na UBS. Quando for preciso, de acordo com os critérios, somos nós que vamos encaminhar para atendimento secundário.”

No caso de mamografias, também é a equipe eSF que vai fazer o exame físico e encaminhar para o exame radiológico quando houver alguma alteração ou a mulher estiver na idade e prazo protocolado pelo SUS

Ela exemplifica: uma pessoa com diabetes é acompanhada na UBS, mas, se for identificado que o paciente não está compensando adequadamente a insulina, um encaminhamento para especialista da área pode ser necessário. No caso de mamografias, também é a equipe eSF que vai fazer o exame físico e encaminhar para o exame radiológico quando houver alguma alteração ou a mulher estiver na idade e prazo protocolado pelo SUS. Para mulheres de 50 a 69 anos sem sinais e sintomas de câncer de mama, o exame é indicado uma vez a cada dois anos.

“Eu pensei em buscar uma clínica particular, porque não achei que conseguiria ser atendida na rede pública. Foi diferente, foi um serviço humanizado como eu gostaria”, comenta Laiany Batista, 26 anos, que foi atendida por Fabiana Fonseca, médica da família

O importante, como destaca a servidora da área técnica de saúde da mulher na atenção primária Viviane Tobias Albuquerque, é que as mulheres saibam que toda a base é por meio da UBS. “Ela não precisa ficar correndo atrás de vários locais; a UBS é quem vai sempre encaminhar”, afirma. Já para casos de urgência e emergência de média e alta complexidade, devem ser procuradas as unidades de pronto atendimento (UPAs). Veja aqui mais informações.

Primeiro contato

Hoje, 55% dos 1.935.559 cadastros individuais na Atenção Primária à Saúde (APS) do DF são de mulheres

Recém-chegada ao Guará, Laiany Batista, 26 anos, se surpreendeu positivamente com o seu primeiro atendimento na UBS 3 da região administrativa. “Eu pensei em buscar uma clínica particular, porque não achei que conseguiria ser atendida na rede pública. Foi diferente, foi um serviço humanizado como eu gostaria”, avalia.

Depois de dar entrada na UBS, ela foi atendida pela agente de saúde comunitária Marta Auricélia dos Santos, que fez a primeira avaliação. A profissional colheu todas as informações necessárias e prestou esclarecimentos. Outra novidade para a estudante Laiany é que ela não sabia que o atendimento era prestado por uma equipe, além do médico.

“É comum uma mãe trazer o filho com sintomas respiratórios em busca de atendimento e se esquecer dela mesma, que está com os mesmos sintomas”Fabiana Fonseca, médica da família

As equipes de eSF são multiprofissionais, compostas por médico, agentes comunitários de saúde, enfermeiros e técnicos ou auxiliares de enfermagem. Para um atendimento amplo e eficiente, a equipe atua de forma integrada. “Os enfermeiros, por exemplo, podem fazer a coleta do preventivo, algo que, às vezes, as mulheres desconhecem”, pontua Viviane Tobias Albuquerque.

A médica da família Fabiana Fonseca destaca que, uma vez acolhidas, as mulheres são o público que mais se informa, pois não faltam às consultas e se preocupam com a saúde: “Sabendo o caminho, elas vêm; e, com isso, também conseguimos alcançar outros públicos”. É assim que muitos homens passam a ser acompanhados na rede, por intermédio de filhas, esposas, mães. Hoje, 55% dos 1.935.559 cadastros individuais na Atenção Primária à Saúde do DF são de mulheres.

Fabiana Fonseca explica ainda que, se as mães buscam atendimento para os filhos, a equipe já aproveita para também inserir a mulher no acompanhamento da UBS.

“É comum uma mãe trazer o filho com sintomas respiratórios em busca de atendimento e se esquecer dela mesma, que está com os mesmos sintomas”, conta a médica. Por isso, a equipe aproveita para fazer o chamado acesso avançado, um método de agendamento que visa agilizar a absorção da demanda espontânea em prazo curto, se possível no mesmo dia, e com atendimentos concomitantes – como o de grávidas e crianças.

No mês dedicado à saúde da mulher, a SES destaca a importância de lembrar que os serviços são para todas as idades. Hipertensa, Izaildes Maria Dantas, 69 anos, passou a ser atendida na UBS desde 2021, quando se mudou para uma quadra próxima ao local.

O primeiro contato foi como acompanhante de uma amiga em uma consulta. “Eu gostei do atendimento aqui e, então, comecei a vir”, relembra. O acompanhamento tornou-se mais necessário após ela contrair covid-19. Em breve, por sugestão da equipe, a idosa passará a integrar o grupo de hipertensos da UBS, para ter acesso a um cuidado continuado.



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FONTEAgência Brasília
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