Cooperação energética, ponto alto do BRICS



Por Pedro Paulo Rezende

A cooperação tecnológica na área de produção de energia é um dos maiores atrativos do BRICS Plus, bloco formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (recentemente ampliado com as adesões de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã). Os analistas internacionais sempre se lembram das vantagens econômicas oferecidas pelo grupo — que pode gerar novos meios de pagamento por meio de uma moeda comum indexada ao ouro (leia mais aqui) —, o que quebraria o regime de sanções imposto pelo Ocidente aos países que não seguem a cartilha de Washington, mas se esquecem de que os países que participam do bloco lideram na produção de reatores nucleares, sistemas eólicos e solares e no desenvolvimento de combustíveis limpos.

Por enquanto, a ação do Ocidente contra a Rússia se concentra nos combustíveis fósseis, com a imposição de sanções e limites de preços para os derivados de petróleo, mas os resultados desta política não resultaram na redução das exportações e tiveram, como efeito colateral, o aumento generalizado do custo de energia na União Europeia (leia mais aqui). Mesmo com preço artificial de US$ 72 por barril imposto ao produto russo, Moscou apresentou sucessivos superávits e um crescimento constante da economia, hoje, a quarta em termos de poder de paridade de compra. A República Popular da China, a Índia, a Arábia Saudita e o Brasil, entre outros, ampliaram suas compras de diesel, gás e gasolina e substituíram o mercado do Velho Continente punindo os consumidores finais. O resultado final pôde ser medido na derrota dos governos que apoiam a Ucrânia nas eleições para o Parlamento Europeu.

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A medida que a pressão do Ocidente se concentra nos combustíveis fósseis, a cooperação energética em outras áreas já é real entre os países do BRICS Plus. O Novo Banco de Desenvolvimento financiou a construção futura de uma usina nuclear de projeto chinês na Arábia Saudita. A República Popular da China também desenvolveu uma unidade que produzem energia a partir do tório, mineral de baixíssima radioatividade, que entrou em operação no início deste ano. Este projeto já atraiu o interesse de dois candidatos do bloco: a Indonésia e a Nigéria.

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