O Coren-SP considera inaceitável a violência sofrida pelo técnico de enfermagem Alexandre Maciel Dias Pereira, agredido fisicamente na noite de ontem (27), enquanto atuava na UPA São Caetano, orientando os protocolos de atendimento da unidade em meio à pandemia da Covid-19.
A agressão contra profissionais de enfermagem jamais será uma saída para a ampliação do acesso à saúde. A atuação da enfermagem é pautada pelo conhecimento técnico, por protocolos e procedimentos previamente estabelecidos que devem ser respeitados para o bem-estar e a segurança da assistência, tanto para a sociedade quanto para a categoria. Dessa forma, os profissionais não podem ser penalizados pela demora no atendimento ou problemas estruturais dos aparelhos de saúde, que são decorrentes de aspectos como subfinanciamento e problemas de gestão.
A enfermagem é a categoria da saúde que está presente em todas as fases de atendimento à população e que representa o maior quantitativo de trabalhadores da saúde no país. Por isso, em meio à pandemia, acaba exposta a uma alta carga viral, o que causa impactos diretos também à saúde física e mental dos profissionais – atualmente, há 7358 casos de profissionais contaminados pela covid-19 no estado de São Paulo, sendo 86 óbitos dentre estes.
O Coren-SP repudia veementemente a agressão sofrida por Alexandre, que infelizmente se soma a um histórico combatido cotidianamente pelo conselho e que faz parte de um universo subnotificado: quase 80% dos profissionais de enfermagem já afirmaram ter sido agredidos em seu ambiente de trabalho, conforme sondagem realizada pelo Coren-SP em 2018 e, destes, quase 80% não denunciam por medo, por falta de apoio da instituição e sensação de impunidade.
Toda situação de violência merece ser imediatamente notificada às chefias, às autoridades policiais e ao Coren-SP, para que os casos de agressão saiam do anonimato e possam ser enxergados e combatidos pela sociedade em geral.