JBS é apontada segunda maior empresa devedora da Previdência Social, do país
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Previdência (CPIPREV) no Senado Federal, senador Hélio José (PMDB-DF), apresentou requerimento (15), em que convida representantes dos cinco maiores frigoríficos, devedores da Previdência Social, do país. Entre as empresas convidadas está a JBS S/A. Relatório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) aponta a empresa como a segunda maior devedora do sistema previdenciário brasileiro.
Desde a instalação, uma das prioridades da CPIPREV é identificar e ouvir os principais devedores do sistema previdenciário Brasileiro. Nesse contexto, a Comissão fez requerimento de listas dos 1.000 maiores devedores, além de convidar representantes, em grupos de empresas que pediram falência, as chamadas, massas falidas; de empresas públicas, como o Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF); de devedores por segmentos, a exemplo dos frigoríficos, em que se enquadram a JBS S/A.
Hélio José prometeu abrir a ‘caixa preta’ da Previdência Social, além de tentar provar que o rombo na previdência não é culpa do funcionalismo público. Para o parlamentar, os recentes escândalos que envolvem a JBS, “segunda maior empresa devedora do sistema previdenciário brasileiro torna imprescindível que o segmento dos frigoríficos, grandes exportadores com representam uma fatia importante da economia brasileira, sejam ouvidos para que digam quais as dificuldades e como pretendem quitar as dívidas com a Previdência Social”.
Com a recente publicidade da delação premiada homologada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dos diretores da JBS, Hélio José chama atenção sobre a necessidade de se investigar com isenção e seriedade.
“Temos denúncias gravíssimas que precisam ser apuradas que envolvem diversos personagens da política brasileira. Temos na delação dos dirigentes da JBS, a divulgação de doações ilegais, para quase 2 mil políticos em todo país, entre candidatos a presidentes, governadores, senadores e deputados, durante a campanha eleitoral de 2014, isso a título de “contrapartida” ou “propina”, mesmo em doações consideradas lícitas e registradas nos Tribunais Regionais Eleitorais, inclusive com a figuração do nome do governador do DF, algo que precisa ser esclarecido para toda população.”, alertou.
O parlamentar falou ainda sobre os desdobramentos, pós-publicidade, da delação da JBS, a exemplo das suspeitas nas transações que direcionaram mais de R$ 8 bilhões, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), investigado pela Polícia Federal e, do recente pedido de investigação da empresa, por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por suspeita de especulação no mercado financeiro.
“Ao mesmo tempo que a JBS traz tantas denúncias à tona, também passa a ser investigada pela CVM e também por transações suspeitas, junto ao próprio BNDES. Embora haja uma CPI do BDNES, em vias se ser instaurada no Senado Federal, muito nos preocupa saber que toda essa movimentação política e econômica, além da instabilidade ao mercado financeiro, que afetou a própria JBS, com uma queda abrupta no seu valor de mercado, na bolsa de valores. Trata-se de uma empresa com milhares de empregados, que certamente serão impactados, por essa tormenta. E se estamos falando da nossa Previdência Social, como ficará a saúde previdenciária dessas pessoas e da própria empresa que já deve quase R$ 2 bilhões?”, questionou Hélio José.
A expectativa é que os representantes da JBL e de outros quatro grandes frigoríficos brasileiros sejam ouvidos dias 8 de junho.