CPI da Saúde: Depoimentos bombásticos podem encrencar muita gente envolvida na roubalheira da saúde



A quinta-feira da próxima semana será um dia de muito nervosismo para os que estão enterrados até o pescoço no bonde da propina da saúde. Tem gente graúda do governo que já não dorme mais. Ricardo Cardoso (foto), ex-diretor do Fundo de Saúde do DF foi convocado para depor na PCPI da Saúde da Câmara Legislativa. Ele prestou depoimento nesta quinta-feira na Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública revelando nomes de empresários, de políticos e de pessoas próximas ao governador Rollemberg. Agora pretende repetir na CPI

O deputado Wellington Luís (PMDB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde, negou que a CPI tenha a intenção de convocar Márcia Rollemberg, mulher do governador Rodrigo Rollemberg, como foi publicado em alguns portais de notícias do DF esta semana.

“Apesar da sindicalista Marli Rodrigues tenha citado o nome da primeira dama em depoimento na CPI, no entanto não existem indícios que possa nos levar a fazer isso. Qualquer pessoa que seja apontada e que haja fortes indícios nos convocaremos, mas não é o caso de dona Márcia Rollemberg até o momento. Até agora não apareceu nada contra ela que possa ensejar essa possibilidade. A CPI atua de forma responsável e isenta. Temos que tomar muito cuidado no trato das coisas”, disse Wellington Luiz ao Radar.

Por enquanto a atenção da CPI, segundo o distrital, está voltada para o depoimento do ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso, marcada para ocorrer na próxima quinta-feira. Cardoso é considerado personagem central na investigação que apura suposta cobrança de propina sobre créditos orçamentários usados para o pagamento de dívidas do governo com empresas de UTI.

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O ex-gestor do Fundo de Saúde prestou depoimento na manhã de ontem na Decap, Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública, que executou a “Operação Drácon” junto com o Ministério Público do Distrito Federal, cumprindo quatorze mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva por determinação à decisão do desembargador Humberto Adjuto Ulhôa, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

A repercussão do caso provocou o afastamento inédito de toda Mesa Diretora da Câmara Legislativa que estaria envolvida no bonde da propina. Os deputados foram obrigados a prestarem depoimentos.

Ricardo Cardoso Santos era um dos homens fortes Secretaria da Saúde e sozinho comandava um orçamento de R$ 6,6 bilhões, mas o setor continuava em déficit, com dificuldade de honrar pagamento de salários e contratos.

Ele foi exonerado por Rodrigo Rollemberg um dia após a divulgação de áudios feitos pela sindicalista Marli Rodrigues que revelam como foi montado o propinoduto dentro do sistema de saúde pública do DF. No inicio, a CPI estava focada na apuração de temas como logística, terceirização e fontes de financiamento. Mas os áudios gravados por Marli em que o vice-governador Renato Santana conta como funcionava o esquema dentro da Secretaria da Fazenda mudaram os rumos da CPI.

A “Operação Drácon” caiu como uma bomba envolvendo a Mesa diretora da Câmara Legislativa e o envolvimento membros da própria CPI no esquema de corrupção. A CLDF foi ao chão. Os deputados acusam o executivo de vingança contra o legislativo por ter exposto pessoas da família do governador no esquema da propina da saúde.

O depoimento de Cardoso prestado a Polícia Civil está sob sigilo, mas membros da CPI da Saúde da Câmara Legislativa tiveram acessos. “Esperamos que ele colabore com as investigações e fale tudo o que sabe”, disse o deputado Wellington Luiz.

Fonte: Radar Condomínios



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