Por Redação RCN
Em sete meses no poder, o governo Rollemberg é suspeito de ter deixado as suas digitais nada republicanas logo nos primeiros 60 dias de gestão no esquema da máfia das próteses que movimenta anualmente R$ 12 bilhões no Brasil e que foi denunciada no inicio deste ano pelo Fantástico da Globo em operações criminosas que envolvem médicos e hospitais do Rio Grande do Sul.
Agora a máfia fixou seu território em Brasília. A desconfiança é do deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), que será o relator, se o acordo entre os parlamentares for mantido, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar casos cabeludos ocorridos durante o governo de Agnelo Queiroz e no atual Governo Rollemberg.
O requerimento para a instalação da CPI já conta com 16 assinaturas dos 24 deputados que compõe a Câmara Legislativa do Distrito Federal. A instalação da CPI da Saúde acontecerá na primeira quinzena de setembro.
O governador Rodrigo Rollemberg até que se empenhou valentemente para impedir que a iniciativa do deputado distrital Rodrigo Delmasso (PTN) desse certo. Mas o requerimento do distrital tomou fôlego dentro da Câmara Legislativa que ainda se encontra em recesso.
Rollemberg se assustou ontem, durante o ato de posse de Fabio Gondim, novo secretário da Saúde, ao receber a informação de que o requerimento para a instalação da CPI já contava com 16 assinaturas, o dobro de que precisa ter para a sua instalação.
O governador até que se esforçou, ao máximo, para convencer a presidente da CLDF Celina Leão (PDT) a “melar” a iniciativa. Não conseguiu. A deputada que se encontra rompida politicamente com o “Governo de Brasília” desde maio passado por causa do encastelamento de petistas no governo nem deu bolas para os dramáticos apelos de Rollemberg.
Ontem, o deputado Wellington Luiz, líder do maior bloco político que reúne sete Partidos na Câmara Legislativa, revelou exclusivamente ao Radar que tanto o governo Agnelo do qual o seu partido, o PMDB, fez parte, quanto o governo Rollemberg que hoje faz oposição serão investigados pelos cometimentos de prováveis crimes de improbidades administrativas durante os seus respectivos períodos.
A CPI, segundo informou o peemedebista, vai atuar fortemente em três pontos: próteses, contrato e gestão. O ex-secretário de Saúde, Rafael Barbosa, será convocado a dar explicações sobre muitas bandalheiras a exemplo da contratação da empresa Instituto de Doenças Renais (IDR) que seria da sua família que prestava serviços de hemodiálise ao GDF nas regiões de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga e receberia R$ 389 mil por mês para atender 200 pacientes.
Wellington Luiz também adiantou ao Radar que o escândalo da Saúde é 100 vezes maior do que está sendo apurado pela CPI dos Transportes que se encontra em curso na Câmara Legislativa e que trata-se de uma cumbuca sem fundo.
‘’E visível as digitais deixadas pelo governo Rollemberg na compra exagerada de próteses que daria para atender nos próximos 50 anos se não caísse na invalidade. Centenas delas irão para o lixo. Esse governo que se diz ético e transparente já se contaminou pela relação promiscua com a máfia das próteses”, criticou o distrital.
Ele disse que a compra foi feita em fevereiro na gestão do secretário João Batista de Sousa que deixou o cargo nesta, quarta-feira (22). O pior é que muitas pessoas vão aos hospitais e dizem que não tem prótese”, afirma o distrital.
Wellington também deixa claro que a CPI da Saúde não é para fazer palanque e nem para fazer chantagem. “Se eu perceber isso, serei o primeiro a denunciar”. O parlamentar criticou o fato de o governador Rodrigo Rollemberg continuar buscando forasteiros para ocupar cargos de seu governo como ocorreu com Fabio Gondim, novo secretário de Saúde, ex- secretário do governo de Roseana Sarney no Maranhão e que estaria enrolado com a polícia.
“Vamos pedir informações a polícia do Maranhão sobre um inquérito em que o novo secretário estaria sendo acusado de fraudar o portal transparência daquele Estado o que analiso como um grave crime e que constrange a população. Se isso se confirmar vamos ter que convocá-lo a dar explicações na CPI”, afirmou Wellington Luiz.
Fonte: Radar Condomínios