Por Éder Wen
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa que investiga denúncias de corrupção na Saúde do DF ouvirá a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues e o vice-governador Renato Santana na próxima quinta-feira (21), às 10h, no plenário da Casa. Marli é autora de gravações de áudio comprometedoras, nas quais discute com Renato Santana casos de pagamento de propina em contratos firmados pelo GDF. A decisão de ouvir os dois envolvidos foi tomada hoje (19) pela CPI, que também aprovou a oitiva de outros dois citados nos diálogos, o ex-secretário de Saúde, Fábio Gondim, e Marcello Nóbrega, subsecretário da pasta.
Os deputados acataram o pedido da convocada Marli Rodrigues para que seja ouvida em reunião secreta, somente com a presença de parlamentares. “Ela teme pela sua segurança, pois nos disse que trará documentos que comprovam a participação de nomes importantes em esquemas de corrupção”, explicou Wellington Luiz (PMDB), presidente da CPI. Já o depoimento do vice-governador Renato Santana, aprovado sob a forma de convite, ocorrerá de forma aberta, também na quinta-feira, às 15h.
O deputado Bispo Renato (PR) chegou a pedir a presença do governador Rodrigo Rollemberg para prestar esclarecimentos à CPI. “Se as denúncias chegaram ao conhecimento dele e nada foi feito, então podemos estar diante de um caso de prevaricação. De minha parte, o governador está convidado para vir aqui e dar explicações”, afirmou.
O deputado Roosevelt Vilela (PSB) saiu em defesa de Rollemberg. “É prematura qualquer tipo de ilação neste momento. Antes de mais nada, precisamos ouvir a Marli e verificar se ela apresentará provas de suas denúncias. O que vejo até agora é um desespero e uma falta de respeito da presidente do sindicato, que grava conversas de forma covarde para usá-las depois”, ressaltou.
O presidente da CPI informou que técnicos da CPI estão trabalhando na transcrição dos diálogos gravados e que tudo será tornado público em breve. Segundo Wellington Luiz, as oitivas de Fábio Gondim e Marcello Nóbrega deverão ficar para agosto, quando os integrantes da CPI estarão melhor informados em relação às denúncias.
Fonte: CLDF