Criação de Direção de Enfermagem é comemorada, mas com moderação



Sindate-DF, reconhece importância da diretoria, mas critica: “Maior categoria de profissionais da Saúde, os técnicos em enfermagem, foi discriminada”

Por Kleber Karpov

Após oito meses da publicação da reestruturação da rede pública de saúde do DF, o atual secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Fonseca, pontuou com a enfermagem do DF. Isso ao anunciar a criação da Diretoria de Enfermagem, na terça-feira (30/Ago), durante a reunião do Conselho de Saúde do DF (CSDF).

Na ocasião Fonseca apresentou a nova diretora da Pasta, a enfermeira Josy Mendonça e lembrou que a criação da Diretoria atende uma reivindicação antiga. A enfermagem de acordo com dados da SES-DF, representa 46% da força de trabalho da Secretaria e está dividida entre os 15 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem.

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Expectativas dos Enfermeiros

Na rede social, Facebook, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (SEDF), Dayse Amarilio, considerou um ganho para a categoria e a população atendida pelo Sistema Único de Saúde do DF (SUS-DF). A sindicalista observou ainda que espera que algumas demandas da categoria sejam “tratadas com prioridade”. Por exemplos, Dayse mencionou a atualização de protocolos clínicos e a criação de novos que assegurem autonomia e respaldo na consulta/Assistência de enfermagem de forma resolutiva e estratégica.

Frustração

O vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), Jorge Vianna, afirmou ter se surpreendido com o anúncio da criação da nova Diretoria de Enfermagem. Porém, considerou frustrante descobrir que a direção é composta por oito enfermeiros e não contempla os técnicos em enfermagem.

“Mais uma vez a maior categoria de servidores da Secretaria de Saúde, foi discriminada. Pensei que teríamos uma Diretoria de Enfermagem, mas pelo que vejo temos uma Diretoria de Enfermeiros.”, disse ao lembrar que a “discriminação” em relação aos técnicos em enfermagem existe em outros setores ligados à categoria: “Assistimos isso, por exemplo, nos conselhos [regionais de enfermagem] em que um técnico em enfermagem não pode vir a presidir um Conselho Regional de Enfermagem.”.

Sem reparação

Vianna, considerou positiva a criação da diretoria. Mas afirma que o erro cometido , em janeiro, com a reestruturação da saúde continua sem reparo. Segundo Vianna, a reformulação, à época, acabou com as gerencias nas unidades de saúde e atualmente apenas um enfermeiro responde pelas demandas de todas as unidades da uma determinada regional.

“Em vez da figura dos gerentes nos hospitais de Sobradinho e Planaltina, por exemplo, com a reestruturação passou a ter um enfermeiro respondendo por toda a Região Norte, subordinado a Gerencia de Enfermagem na Administração Central da Secretaria de Saúde.”, exemplificou.

Relembre o caso

Ao ser anunciado a reestruturação, em novembro de 2015, Vianna havia criticado essa redução das gerencias de enfermagem nas unidades hospitalares, quando o então secretário de Saúde, Fábio Gondim, apresentou as mudanças a serem realizadas na rede: “Não faz sentido, nesse momento, o governo simplesmente tirar e reduzir a enfermagem como se fosse uma gerência qualquer. Isso é um absurdo e nós vamos tentar mudar esse organograma.”, afirmou Vianna ao lembrar que os profissionais de enfermagem mantêm a dinâmica de atendimento nas unidades de saúde.

Para Vianna, desde então os profissionais de enfermagem passaram a fazer mais reclamações por falta de suporte no ambiente de trabalho: “Geralmente alegam não terem a quem recorrer, uma vez que o gerente de enfermagem atua longe deles.”, explicou Vianna.

Welcome, mas e o resto?

O sindicalista considerou a criação da diretora um ‘afago’ por parte do governo que sabe da reivindicação antiga da categoria. Porém, Vianna fez questão de lembrar o “arrocho” aos servidores, desde o início da gestão do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).

“O secretário aparece como se fosse o salvador da pátria, quando na verdade está tentando corrigir um ato equivocado do início do ano. Mas temos que buscar ainda a reparação de uma série de perdas que tivemos desde o início desse governo. A gratificação de titulação, a insalubridade, o pagamento na data correta das horas extras, enfim, há uma série de pautas que foram cerceadas à enfermagem que ainda não foram contempladas.”.

 

 



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