Crianças com diabetes devem receber, pelo SUS, medicamento mais moderno



O Ministério da Saúde está investindo R$ 135 milhões a mais para ofertar a insulina análoga, que melhorará a qualidade de vida desses pacientes

As crianças portadoras de diabetes tipo 1 terão à disposição no Sistema Único de Saúde (SUS) um dos mais modernos medicamentos para o tratamento da doença: a insulina análoga. Em alusão ao Dia das Crianças, comemorado no próximo dia 12, o Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (11/10), que irá investir R$ 135 milhões, por ano, na compra do novo insumo. A expectativa é que o medicamento esteja disponível já em 2018. A nova aquisição será uma importante ferramenta na melhora da qualidade de vida de 100 mil crianças com maior dificuldade de controle da doença.

Durante o anúncio, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que a medida é um avanço importante. “Iremos proporcionar a essas crianças maior conforto e uma melhor adaptação, além do fato de que estamos ampliando, em um médio prazo, para todos os pacientes com recomendação desde medicamento. Isso se dá pela nossa capacidade de negociação de preço e de escala. É esse modelo que nos permite avançar cada vez mais na qualidade de atendimento em saúde dessas crianças”, afirmou Ricardo Barros.

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Estudos apontaram que insulina análoga proporciona um melhor controle glicêmico nos sintomas relacionados à hiperglicemia e diminuição das complicações agudas e crônicas decorrentes do diabetes. O produto é de fácil aplicação, sua embalagem é uma caneta, resposta rápida e com doses que podem ser adaptadas a situação do paciente.

“Com essa nova insulina, estamos quase dobrando o investimento para tratar essa doença, que atinge parte da nossa população, em especial as crianças. Com essas atitudes de maior efetividade, estamos conseguindo ampliar o acesso com mais qualidade ao oferecer o melhor tratamento a essas crianças”, ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, Marco Fireman.

O novo tratamento será ofertado, prioritariamente, às crianças e adolescentes, já que o diabetes tipo 1 apresenta o seu pico entre 10 a 14 anos. A demanda representa 10% do total de crianças com diabetes no país, que são 1 milhão. No entanto, pacientes adultos, com este tipo da doença, também poderão ter acesso ao medicamento, desde que tenham indicação médica.

Tratamento precoce

Estudos apontam que o tratamento precoce de crianças com diabetes evita dificuldade de aprendizagem, principalmente verbal e de linguagem mais acentuada naquelas que tiveram convulsões por hipoglicemia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 440 mil crianças desenvolvem a doença, por ano, no mundo.

Dados dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde, apontaram que, em média, são cerca de 60 mortes de crianças por ano por diabetes e 8.000 internações.

Atualmente, o Diabetes atinge 8,9% da população adulta do Brasil, de acordo com a Vigitel 2016. Desde 2006, o índice cresceu 61,8%, tendo maior prevalência nas brasileiras. O avanço das doenças crônicas no país preocupa, já que são consideradas um sério problema de saúde pública, sendo responsáveis por 63% das mortes no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o diabetes são a causa de 72,6% dos óbitos.

“Sensível à progressão da diabetes no país, e aos danos causados por essa doença, principalmente em crianças, tomamos essa atitude inovadora de colocar uma insulina que é o melhor tratamento disponível”, destacou o diretor de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, Renato Alves Teixeira.

Linha de cuidado

O Ministério da Saúde dispõe de linha de cuidado para Diabetes mellitos, com o objetivo de controlar a glicemia e desenvolver o autocuidado nos pacientes. Parte da estratégia inclui a prescrição de insulinas em esquema intensivo. Para tratamento do DM1, estão à disposição no SUS, entre outros medicamentos, a insulina humana NPH – para a manutenção da glicemia – e a insulina humana regular (de ação rápida), a ser administrada cerca de 30 minutos antes das refeições.

Esses produtos estão disponíveis nas unidades de saúde ou por meio do Aqui Tem Farmácia Popular, que está presente em mais de 4 mil municípios. Por meio deste programa, em 2016, mais de 6,2 milhões de pacientes buscaram medicamentos gratuitos para diabetes. Esse número é mais que o dobro do total beneficiado em 2011 (2,6 milhões).

Guia de medicamentos

Em junho deste ano, o Ministério da Saúde publicou um guia com recomendações e estratégias para a ampliação da oferta, do acesso e do uso racional de medicamentos em pacientes pediátricos. O documento é uma ação inédita na gestão federal, uma vez reúne um panorama da situação da assistência farmacêutica em pediatria, além de apresentar propostas e estratégias para se avançar na oferta de medicamentos para crianças.

Um dos objetivos deste documento é a busca pelo aperfeiçoamento da assistência farmacêutica a esse público no SUS. O guia também serve de apoio para profissionais de saúde com dificuldades de ofertar tratamentos apropriados aos pequenos pacientes.

O Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é um conjunto de alterações metabólicas que se apresenta com hiperglicemia constante em função da deficiência na produção de insulina pelo pâncreas. Os indivíduos com DM1 dependem da administração de insulinas exógenas para manter os níveis de glicose no sangue na faixa da normalidade.

Fonte: Agência Saúde



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