Um levantamento feito pela agência Geofusion – a partir do cruzamento de dados do sistema de registro profissional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com Censo do Ensino Superior 2022 do Ministério da Educação (MEC) – revela que de cada 10 egressos do ensino superior dos 10 maiores cursos de graduação do Brasil, apenas um consegue emprego com carteira assinada compatível com o seu nível de formação.
“A maioria absoluta dos alunos formados permanece na informalidade ou assume empregos inferiores ao seu nível de formação. “Ao nosso ver, a formação de péssima qualidade oferecida pelos cursos EaD é o principal fator de desemprego no campo da saúde. Instituições sem qualidade oferecem esses cursos, tomam dinheiro dos alunos e não entregam o que prometem”, alerta o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri.
De acordo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), existem 43 mil cursos no Brasil, mas 27% das matrículas estão concentradas apenas em quatro cursos: Pedagogia, Direito, Administração e Enfermagem. Nos últimos quatro anos, entre 2018 e 2022, o número de cursos EaD no Brasil cresceu 189,1%, passando de 3.177 em 2018 para 9.186 em 2022. Das quase 23 milhões de vagas ofertadas em 2022 no ensino superior, 17 milhões foram para cursos a distância.
10 maiores cursos superiores do Brasil
- Pedagogia: 821.864 matrículas
- Direito: 671.726 matrículas
- Administração: 638.789 matrículas
- Enfermagem: 457.968 matrículas
- Contabilidade: 327.499 matrículas
- Psicologia: 314.543 matrículas
- Sistemas de informação: 308.850 matrículas
- Educação física: 254.383 matrículas
- Medicina: 245.501 matrículas
- Gestão de pessoas: 209.691 matrículas
Fonte: Censo do Ensino Superior 2022
“Felizmente, após ação do Cofen, o MEC suspendeu a abertura de novos cursos EaD no campo da Enfermagem. A suspensão começou em novembro de 2023 e vale até março de 2025. Vamos trabalhar para resgatar o ensino presencial, de qualidade e que com perspectivas de emprego”, acredita Neri.