Declaração de Ibaneis, sobre processo, cai como bomba entre servidores da Saúde



Ceticismo define receptividade de ações e menções de governador, em início do governo, para servidores da Saúde

Por Kleber Karpov

Durante o anúncio da extensão do Instituto, ora do Hospital de Base do DF (IHBDF), às demais unidades de saúde, o governador Ibaneis Rocha (MDB), até então , o paisão, recém adotado pela categoria de servidores públicos, mostra faces que despertam o ceticismo entre os profissionais de saúde do DF. Ibaneis afirmou que pode abrir Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ao se referir a “processo administrativo”, contra servidores que, porventura, deixem de atender os usuários do Sistema Único de Saúde do DF.

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“Vou precisar de envolvimento do servidor. A partir do momento que mandar para outro hospital sabendo que pode não ser atendido vou abrir processo administrativo contra o servidor. Ele tem a responsabilidade de entregar saúde na mão das pessoas ou no mínimo condições. Não vou aceitar desumanidade. Esse nível de comprometimento eu vou cobrar pessoalmente”, disse Ibaneis.

O discurso caiu como uma bomba nos ouvidos e Whatsapps dos profissionais de saúde. Instantaneamente, esses resgataram o trauma e o referencial do ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), que se especializou em ‘pisotear’ os servidores públicos. Em especial, os da saúde.

Mas, o ceticismo em questão, que pode ser visto e cresce com a declaração de manutenção dos gestores; na afirmação, sem uma explicação clara aos servidores públicos, da extensão do Instituto para as demais unidades de saúde, mas principalmente, ao se atribuir aos servidores, problemas, em muitos casos ocasionados pela própria gestão da Saúde pública do DF. Questões essas, intimamente ligadas ao jeitinho ‘rollemberguiano’ de governar.

Porém, no caso dessa última, embora eventualmente, profissionais de saúde sejam acusados de práticas de omissão de atendimento, o que em geral tem ampla repercussão, seja em redes digitais ou na mídia, em geral, a ‘trava’ do atendimento público, que repercutem a falta de “desumanidade” tem origem no alto comando da gestão da Saúde.

Aliás, em se tratando de gestão, o ex-secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca é um ‘case’ digno de ser estudado por acadêmicos, mas sobretudo, pelos gestores de Ibaneis. Fonseca conseguiu emplacar o título de ‘açougue’ aos hospitais do DF, e deixa a pasta, entre os profissionais de saúde, como o pior gestor a gerir a Pasta. Seja por ações consideradas equivocadas, tanto por especialistas quanto por entidades ligadas à Saúde, quanto pelo descaso com que sempre tratou os servidores.

Bons exemplos são: o ‘esquecimento’ da média e alta complexidade, ao priorizar o atendimento na atenção primária; a transferência de médicos especialistas, dos hospitais para os tornar, generalistas, no Programa Saúde da Família (PSF); permitir o aumento do índice de mortes evitáveis, como consequência dos equívocos cometidos na gestão da saúde; edições de portarias que sobrecarregaram a quantidade de pacientes atendidos por técnicos em enfermagem nas enfermarias; fechar a pediatria e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) do Hospital Regional do Gama (HRG); Rever a política e promover a negação de atendimentos em urgências e emergências, com direcionamentos de pacientes com classificação de risco verde e amarelo, para Postos, Centros,  Unidades Básicas de Saúde (UBS), muitas sem estruturas adequadas de atendimento; manter pacientes internados em Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), por mais de 24 horas; deixar unidades desabastecidas de medicamento, insumos e de manutenção adequada das unidades de saúde por incapacidade de planejamento e logística; negar atendimento a pacientes, mesmo com decisões judiciais que as garantiam, ainda que na rede privada; casos inexplicáveis como dezenas de milhares de crianças sem acesso a atendimento no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB), de acessos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos, cardíacos, oftalmológicos, como bem já se levantou Ibaneis para resolver ao lançar o SOS Saúde, tudo isso, recheado de assédio moral e perseguições, com aumento considerável do índice de absenteísmo na Rede.

Enfim, casos que demonstram total falta de capacidade de gestão ou de comprometimento dos gestores, sobretudo dos mandatários da cúpula da SES-DF e do GDF, de promoverem saúde pública de qualidade. Que  forçam, na ponta, onde ocorrem os atendimentos aos pacientes, constantes negativas, além da total falta de condições de prover acesso os usuários ao Sistema Único de Saúde.

Sob a ótica, da relação empregador e colaboradores, o ex-governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), cometeu um grande erro ao tentar criminalizar, perante a opinião pública, os servidores da Saúde, ou seus representantes, em decorrência da incapacidade de gerir dos próprios gestores. Erro esse, no caso de Rollemberg, que por algumas ocasiões, subiu em em carros de som, enquanto membro do Legislativo,  para defender trabalhadores, em dado momento, pós eleito, se deixou levar pela tenuidade da linha que o colocou na condição de chefe do Executivo.

Ibaneis ascendeu ao Governo do Distrito Federal, e nas primeiras horas após anúncio da vitória, deu demonstração clara, que pretende criar um DF melhor para os seus, à população, moradores, usuários, e também, aos serviços públicos. Mesmo com alguns passos, considerados atípicos ou extremamente ‘sensíveis’.

Sob essa ótica, embora se perceba a clareza do discurso, ao demonstrar preocupação com quem realmente precisa, o povo sofrido, os usuários e, principalmente, os pacientes, não se deixar perder o paisão prometido em campanha, e observar atentamente, as causas, dos efeitos, podem garantir uma gestão, participativa, por parte dos colaboradores que se sentirão, abraçados.

 

 



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