Por Larissa Lustoza
O período chuvoso no Distrito Federal começou e é preciso redobrar a atenção com os possíveis criadouros do mosquito da dengue – Aedes Aegypti -, que se reproduz em depósitos de água parada. Com o aumento da chance de disseminação da doença, a população precisa estar atenta aos sintomas, pois o agravamento do quadro pode trazer graves consequências.
A dengue é uma arbovirose urbana transmitida pela picada da fêmea do Aedes Aegypti. Há quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e, no momento, ainda não há medicamentos específicos para o vírus. A melhor forma de combate tem sido a prevenção, por meio da eliminação das condições de reprodução do mosquito, mantendo o espaço sempre limpo e sem possíveis acúmulos de água.
Apesar de os sintomas da doença serem muito semelhantes aos de gripe e resfriado, o médico de família e comunidade da Secretaria de Saúde (SES-DF), Fernando Aires, explica que a principal diferença é a intensidade de cada um deles. “A dengue se destaca pela febre abrupta, a intensidade das dores musculares e a possibilidade de evolução para complicações graves, o que é menos comum em outras viroses”, detalha.
Em 2023, até a última semana do ano, de acordo com o Boletim Epidemiológico 47, foram notificados 52.864 casos suspeitos da doença, dos quais 40.934 eram prováveis.
Com relação à situação epidemiológica nas Regiões Administrativas (RAs), Ceilândia apresentou o maior número de casos prováveis (5.280), seguida de Samambaia (3.518), Recanto das Emas (2.566), Brazlândia (2.545) e Taguatinga (2.169). Essas cinco RAs concentraram 41,7% dos casos prováveis de dengue no Distrito Federal.
Sintomas
Os principais sintomas são febre alta (acima de 38ºC); dor no corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
De acordo com Aires, é preciso procurar uma unidade de saúde a qualquer sinal de febre, principalmente se a pessoa estiver em locais com alto número de casos da doença, e buscar orientação médica.
“Aqueles que já foram avaliados e medicados, devem retornar para nova avaliação, principalmente, se observar piora dos sintomas”, afirma.
Quando a doença se apresenta com sinais de alarme, os sintomas apresentados são: dores fortes na barriga; vômitos persistentes; sangramentos no nariz, boca ou fezes; tonturas e/ou muito cansaço. Já a dengue grave, se caracteriza por extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e até ao óbito.
Mulheres grávidas, crianças e idosos têm mais chances de desenvolver complicações. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Tratamento
Como não há medicamento próprio para o combate ao vírus, o principal tratamento para a dengue é a hidratação correta, calculada de acordo com o peso. Para aliviar os sintomas, é necessário a prescrição de anti-inflamatórios, além de repouso, tudo com o devido acompanhamento médico.
A pessoa com suspeita de dengue não deve se automedicar, pois há medicamentos que acarretam a piora do quadro, como os salicilatos (AAS, por exemplo). Os anti-inflamatórios não hormonais – cetoprofeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida e outros – e as drogas com potencial hemorrágico também não devem ser utilizadas.
“Caso esteja com sintomas de dengue e utilize AAS todos os dias, procure orientação em uma unidade de saúde para saber se deve continuar tomando a medicação”, orienta o especialista.
Na maioria dos casos leves, a dengue tem cura espontânea após 10 dias.
Atendimento
O usuário precisa buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, porta de entrada do cidadão ao Sistema Único de Saúde (SUS). É possível encontrar a UBS de referência por meio do site InfoSaúde, adicionando o Código de Endereçamento Postal (CEP).
Para casos graves, nos quais as pessoas apresentem sinais de alarme, recomenda-se buscar atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Hospitais Regionais.