Por Ian Ferraz
Com dengue, zika e chikungunya não se brinca. Para enfrentar essas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou, nesta segunda-feira (8), a campanha de enfrentamento às arboviroses. A proposta é intensificar as ações preventivas nas 33 regiões administrativas, uma vez que o período de chuvas intensifica a proliferação do mosquito. O planejamento foi apresentado no salão nobre do Palácio do Buriti.
Mil agentes de Vigilância Ambiental (AVA) serão contratados de forma temporária e vão atuar na linha de frente. O trabalho, que consiste em inspecionar imóveis e residências e orientar a população, será reforçado ainda por 60 viaturas e 40 carros adaptados para aplicação de fumacê, destacados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
A ocorrência de chuvas neste período colabora para o surgimento de novos focos de mosquitos. Isso ocorre porque antigos reservatórios de água podem encher novamente, reativando o ciclo do mosquito, cujos ovos podem sobreviver sem água até 450 dias. “Nossos agentes têm feito visitas nas residências e imóveis. É onde encontramos as larvas do mosquito. Chegaremos a mil agentes para esse combate nas ruas. É trabalhar com inovação e perícia para termos resultados positivos”, destaca o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
De acordo com ele, para atender pacientes com suspeita de dengue, a rede pública de saúde dispõe de 170 unidades básicas de saúde (UBSs), sendo que 72 delas estão equipadas com salas de hidratação.
Tendência de queda
Em 2021, o DF tem observado uma tendência de queda nos casos prováveis de dengue quando comparados a 2020. Neste ano, foram registrados 419 casos contra 1.208 para o mesmo período do ano passado, ou seja, um decréscimo de 65,3%.
Este bom sinal, segundo a Subsecretaria de Vigilância à Saúde, deve-se aos esforços concentrados na prevenção da dengue. “Haverá vistoria, mas a recomendação é para que ela ocorra no quintal e não dentro das casas por conta do coronavírus (Covid-19). Mais de 88% dos mosquitos Aedes aegypti encontrados no Distrito Federal são coletados nos quintais”, explica o subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero.
O subsecretário afirmou que, ao longo de 2020, mais de 1,4 milhão de imóveis foram inspecionados em todo o DF. Desses, cerca de 144 mil localidades possuíam o foco da doença, e outras 46 mil foram tratadas pelas equipes de agentes de vigilância ambiental. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, o DF registrou no ano passado cerca de 47.704 casos prováveis da doença.