Ainda tem gente que acredita que a natureza é responsável pela violência contra a mulher. A deputada Keiko Ota (PSB-SP), vice-presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, é uma dessas.
Em uma conversa com o Brasil Post e a relatora da comissão, deputada Luizianne Lins (PT-CE), Keiko tentou justificar por que homens agridem mulheres.
Ela explicou que está lendo um livro que fala sobre sobre as diferentes características entre pessoas do sexo masculino e feminino: “Se os dois fazem a mesma função, não dá certo. Briga e leva até a morte.”
“A mulher tem uma característica toda arredondada. Pode ver: os seios, o quadril, de envolver. O homem é todo rígido, força, razão, entendeu? Quando eles se casam e a mulher quer fazer o mesmo papel que ele, entra em conflito.”
Neste momento, Keiko foi interrompida por Luizianne que perguntou “qual papel?”.
A vice-presidente da comissão, então, respondeu: “Papel… Tem mulher que levanta a voz e fala, fala. O homem, por natureza, não gosta disso aí”.
Novamente, Keiko é interrompida por Luizianne. “Não pode esperar da gente baixar a voz para não apanhar”, disparou a petista.
Para finalizar a conversa, a socialista emendou: “Se não deu certo, cada uma para um canto, não tem que matar. Mas se sair com raiva e ódio, ele vai e mata”.
O semestre terminou e, por falta de quórum, a comissão não aprovou o plano de trabalho. As primeiras visitas do colegiado só serão realizadas a partir de agosto.
*Keiko não revelou em que livro se inspirou para opinar sobre violência contra a mulher.
Fonte: Brasil Post