Deputado coloca sob suspeição, troca de cargos no GDF, por aprovação de PL do Instituto HBDF na CLDF



Mesmo em lua de mel fora do DF, Claudio Abrantes, questionou a “coincidência” de publicação de folha suplementar do Diário Oficial com nomeações de cargos comissionados durante a votação do Projeto de Lei

Por Kleber Karpov

No dia da votação do Projeto de Lei (PL) 1.486/2017 (20/Jun), que institui o Hospital de Base do DF (IHBDF), um caso curioso chamou atenção. O GDF publicou um suplemento ao Diário Oficial (DODF) No. 116, com várias nomeações de cargos comissionados. A publicação foi publicada no momento em que ocorria as discussões para votação do PL na Câmara Legislativa do DF (CLDF).

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Reprodução: Facebook

O caso chamou atenção de servidores da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), mas também não passou despercebido por alguns parlamentares. Esse é o caso do distrital, Cláudio Abrantes (REDE).

Mesmo sem participar das votações por ter se licenciado em decorrência do casamento do parlamentar, em outro Estado, na rede social Facebook, o distrital publicou uma postagem em que reforça a teoria da possibilidade de prática nada republicana tanto por parte do governado do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB) quanto de membros da legislatura na CLDF.

“No mesmo dia, o governo publicou uma edição suplementar do Diário Oficial com várias nomeações de cargos comissionados.”, postou ao questionar: “Muita coincidência, não acham? Nomear os aprovados em concursos é a única coisa que o governo não faz. Governador, o povo não é bobo!”.

A velha forma de fazer política

Foto: Reprodução da Internet

Ex-chefe da Casa Civil, o jornalista e marqueteiro político Hélio Doyle, por diversas vezes criticou a adesão de Rollemberg à “Velha forma de fazer política no DF”, do “toma lá da cá”. Política Distrital (PD) conversou com Doyle que foi enfático ao apontar a continuidade da prática.

“O Instituto não seria aprovado se não fosse o toma lá dá cá. Aí vão dizer que é o único jeito de governar, mas não é.”, afirmou Doyle.

PD aproveitou para questionar se Doyle acredita que o IHBDF pode ser solução viável para resolver o problema da Saúde do DF. O ex-chefe da Casa Civil afirmou não ter opinião definitiva sobre afirmou que o atual sistema está falido e também defendeu que tal experiência fosse realizada em unidade menor.

“Acho que o sistema de gestão atual está falido e é válido experimentarmos novas fórmulas, desde que preservados o controle público, a transparência e o pleno atendimento pelo SUS. Encaro como uma experiência-piloto, só acho que deveria ser feita em hospital menor. Não vejo como privatização nem terceirização.”, disse.

Doyle defendeu ainda que o IHBDF “poderia ser aprovado pela Câmara com mais debate público, inclusive com os sindicatos.”, disse ao lembrar que “O toma lá dá cá é a pior alternativa.”, concluiu.

GDF nega

PD questionou o GDF sobre possível prática de troca por parte do governo, de nomeações de comissionados por votos no PL 1.486/2017. Por meio da Assessoria de Comunicação o Executivo se limitou a informar, em relação à publicação de edição suplementar do DODF com nomeações de cargos comissionados que “As nomeações realizadas nos últimos dias relacionam-se a necessidade administrativa. Rotineiramente, ocorrem mudanças desse tipo.”.

Opinião

Se de um lado no DF, a prática parece continuar a ser moeda de troca em nome da governabilidade, o país assiste, desde 2009, com o episódio do mensalão, práticas sendo condenadas e levando muitos políticos à prisão.

Embora os casos relatados à época estão relacionados à pagamento de propina em troca de votos, a operação ‘Lava Jato’ deixou claro que tal na verdade se trata de um ‘modus operandi’, mas que essa relação promíscua por parte de políticos ainda pode colocar muita gente da classe política contra a parede, para não dizer, atrás das grades.



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