Deputado distrital denuncia morte por falta de atendimento adequado no Instituto Hospital de Base



Por Denise Caputo

O deputado Wellington Luiz (MDB) denunciou na sessão desta terça-feira (11) a morte de uma mulher de 74 anos no Instituto Hospital de Base (IHB), por falta de atendimento adequado. O relatório médico obtido durante a ação de fiscalização feita pelo distrital no último domingo (9) aponta falta de leito na UTI, falhas em equipamentos e falta de medicamentos – quadro que resultou no óbito da paciente Márcia Aparecida Silva. Segundo o distrital, o Ministério Público já foi notificado e deve investigar o caso.

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Ao fazer a denúncia, Wellington Luiz aproveitou para explicar o ocorrido durante a visita ao Instituto no final de semana, quando teve seu acesso barrado pela segurança do IHB. De acordo com o deputado, ele apresentou a carteira de parlamentar na recepção do hospital e explicou estar lá como vice-presidente do Legislativo local. Wellington disse, ainda, que estava armado, na condição de policial civil aposentado. “A imprensa vendida tenta desvirtuar o que aconteceu. Como os vídeos mostram, eu não saquei minha arma em nenhum momento, ao contrário do vigilante que tentou sacar a arma”, afirmou.

Para o distrital, a segurança queria impedir que ele tivesse acesso aos documentos originais que comprovam a denúncia e a outras informações. “Vamos ficar falando só sobre a discussão do deputado Wellington com um vigilante? Morreu uma pessoa, uma inocente, e isso não é divulgado pelas emissoras compradas pelo governo”, reclamou.

O parlamentar também apresentou relatório médico sobre a existência de um paciente em isolamento com diagnóstico de meningite, havendo grande possibilidade de contaminação dos demais, já que não há qualquer parede para isolar, apenas uma cortina. E completou: “O governo entregou o hospital para que não pudéssemos fiscalizar. O IHB não integra hoje a administração direta ou indireta, então não podemos mais cumprir nosso papel lá”.

Repercussão

Diversos deputados manifestaram apoio a Wellington Luiz e a ações de fiscalização em entidades que recebem recursos públicos. Celina Leão (PP) fez questão de destacar o artigo 15 do Regimento Interno da Câmara Legislativa, que garante acesso ao parlamentar, sem aviso prévio, para fiscalizar órgãos públicos. “A obstrução do trabalho pode resultar até em prisão, caso algum delegado seja acionado”, frisou.

O deputado Wasny de Roure (PT) também elogiou o trabalho do colega e defendeu que a Mesa Diretora encaminhe ao governo do Distrito Federal um ofício sobre o tratamento dado ao parlamentar, que foi ao hospital representando a Casa.

Já o líder do governo na CLDF, deputado Agaciel Maia (PR), argumentou não ser culpa do governador a existência de um vigilante despreparado no IHB.

Responsabilização

Raimundo Ribeiro (MDB) cobrou a punição dos responsáveis pela morte da paciente Márcia Aparecida. “O governo matou mais uma pessoa e utiliza a verba de publicidade para desviar a informação”, afirmou. O distrital destacou, ainda, que 1,4 mil pessoas morreram por falta de leitos nos hospitais do DF apenas em 2017. “Isso é uma matança generalizada. Como é que o governador ainda está solto?”, questionou.

Fonte: CLDF



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