Um grupo de deputados distritais anunciou na sessão ordinária desta terça-feira (14) que não votará projetos do Executivo, enquanto o governador Rodrigo Rollemberg não retomar diálogo e receber os policiais civis, que reivindicam equiparação salarial com a polícia federal. O deputado Wellington Luiz (PMDB), que presidiu a sessão nesta terça-feira, foi o primeiro a sugerir a obstrução e conseguiu o apoio de vários colegas.
Quase no final da sessão, o líder do governo na Casa, deputado Rodrigo Delmasso (Podemos), anunciou que o governador vai receber todos os sindicatos e os deputados amanhã (15), em horário a ser definido, para retomar conversa iniciada em janeiro.
Representantes da categoria acompanharam a sessão nas galerias do plenário e aplaudiram a decisão dos distritais. Com a obstrução, quatro projetos do Executivo que estavam na pauta de votação não foram apreciados.
Wellington Luiz criticou duramente o governador pela demora em apresentar uma proposta aos policiais e disse que a paciência da categoria, que vem negociando há mais de seis meses, está no fim. O deputado Agaciel Maia (PR) disse que não entende o motivo da demora do governo. Para ele, o GDF já deveria ter encaminhado o projeto de equiparação com a polícia federal há muito tempo.
Já a deputada Celina Leão (PPS) classificou a conduta do governador Rollemberg com a polícia como uma “piada de mau gosto”. A distrital disse ainda que não entende como algumas pessoas ainda acreditam nas promessas do governador. “Esse governador só mentiu, desde assumiu o mandato”, desabafou.
O deputado Chico Vigilante (PT) considerou que o GDF está errando muito nas negociações com os policiais e cobrou mais respeito com a categoria. Para ele, o governador deve ter coragem e apresentar ao governo federal uma proposta para resolver logo o problema.
Outros deputados manifestaram apoio à luta dos policiais civis, entre eles Chico Leite (Rede), Raimundo Ribeiro (PPS), Liliane Roriz (PTB) e Wasny de Roure (PT). Wasny lembrou que nos últimos dois anos o GDF remanejou cerca de meio bilhão de recursos da segurança para as áreas de saúde e educação, o que teria prejudicado a contratação de profissionais e atrapalhado as negociações com os policiais.
Fonte: CLDF