Por: Jorge Damasceno
Eu havia feito uma promessa de não escrever sobre esse assunto. Mas me perguntam tanto qual minha opinião? Resolvi quebrar a promessa e me manifestar. Então vamos lá. Não fico chocado com a morte de policiais. Pois isso, faz parte do trabalho e da profissão escolhida espontaneamente por nós.
Eu fico é chocado com a morte de 10 a 15 pessoas todo final de semana em Brasília. Mas somente daqueles que não possuem envolvimento com a criminalidade. Mas sim, aqueles que saem para se divertir e não voltam. Como por exemplo, a morte de cobradores e demais trabalhadores. Isso sim me choca.
Qual o problema para isto estar acontecendo no DF e quais as soluções possíveis? Em primeiro lugar é preciso entender, o porquê da criminalidade crescer tanto na nossa capital. Fatores como as drogas, falta de emprego e outros são uma das causas.
Mas o maior problema é que estamos na segunda ou terceira geração de criminosos. Raciocinem Brasília tem 54 anos. Os primeiros criminosos eram de lugares diferentes do país. Eles foram criados juntos e conhecem o local com a palma da mão. Portanto, são mais ousados, e o maior problema: a Policia Militar perdeu completamente, a capacidade de proteção à população.
Deixamos de ser uma polícia preventiva para ser uma polícia de socorro. Não existem planejamentos de contenção da criminalidade. Os policiais militares estão envelhecidos com mais de 60% do efetivo acima dos 20 anos de serviço.
Operações, tais como a operação aeroporto, mini pontos de bloqueio, anel maior, anel menor não são mais executadas. A polícia deve ser hoje preventiva e repressiva ao mesmo tempo.
Não adianta somente saturar uma área com viaturas, pois, os bandidos irão assaltar na quadra ao lado. Ao contrário de que algumas pessoas falam, o serviço de Policia Militar é amparado em cinco base: inteligência, comunicações, recursos humanos, logística e informática.
As autoridades de segurança pública devem com urgência providenciar um choque de gestão no planejamento operacional preventivo da PMDF. Refazer as linhas que dividem as áreas de responsabilidades das UPMS.
Utilizar o geoprocessamento diariamente para mapear a criminalidade, redistribuir recursos humanos e meios rodantes e acima de tudo chamar a tropa para conversar. Pois nenhuma empresa do mundo seja ela pública ou privada prospera sem que seu público interno esteja satisfeito.
Pronto falei!
Jorge Damasceno,
Coronel da reserva da Polícia Militar do DF
Fonte: Blog Rádio Corredor