O desmatamento na Amazônia e o estudo do chamado “ponto de não retorno” serão temas de uma audiência pública na Câmara dos Deputados no próximo dia 2 de julho (terça-feira), às 15h. O evento é realizado na Comissão de Amazônia e Povos Originários e Tradicionais da Casa e foi requerido pelo deputado federal Dorinaldo Malafaia (PDT-AP).
De acordo com Malafaia, a audiência tem como objetivo pautar no parlamento os efeitos do desmatamento e sua relação com a crise climática no Norte do país, além de buscar formas de contribuição junto com a comunidade científica e movimentos sociais para enfrentar o cenário.
“Estamos a menos de duas semanas para o início oficial da temporada de seca na Amazônia e já há sinais preocupantes em nosso bioma. A crise é ambiental e também econômica e social para os povos amazônidas. No Amapá, por exemplo, nunca passamos por uma estiagem tão severa como a do ano passado e precisamos buscar na ciência e nos movimentos sociais parceiros para que o poder público esteja em melhores condições do enfrentamento dessa crise”, pontuou o parlamentar.
Entre os convidados confirmados estão o renomado pesquisador Dr. Carlos Nobre, que tem dedicado sua carreira científica à Amazônia e desenvolveu pesquisas pioneiras sobre os impactos climáticos do desmatamento na região; e André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Participam também pesquisadores, representantes de fundações, movimentos sociais e ativistas da Amazônia.
Desmatamento
Entre janeiro e junho deste ano, foram detectados 12.696 focos de incêndio na região, cerca de 76% a mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta semana.
Ponto de não retorno
Os eventos climáticos extremos que têm sido cada vez mais recorrentes no Brasil são apontados por cientistas como consequências da destruição da Amazônia e do equilíbrio ecossistêmico do bioma.
Cientistas alertam para a possibilidade concreta de o bioma chegar ao chamado “ponto de não retorno”, quando a degradação ambiental será tão profunda, que será impossível revertê-la.