Representando o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a chefe da pasta no Distrito Federal, Lucilene Florêncio, participou do anúncio da estratégia de vacinação contra a dengue, realizado pelo Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (25).
Em entrevista coletiva, o órgão federal detalhou o público-alvo e as regiões endêmicas que receberão os imunizantes, a partir de fevereiro. O processo foi organizado com Conass e Conasems – órgãos representantes das Secretarias de Saúde dos estados e municípios – seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Presente à entrevista, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, observou que o enfrentamento à doença deve ser uma soma de esforços. “O combate à dengue é uma ação de governo, mas tem de ser uma ação também de cada cidadão, de cada cidadã. É necessário lembrar que os focos do mosquito estão 75% nas casas, então essa união de esforços é muito importante”, destacou.
Nísia também comentou a chegada da vacina ao país e lembrou que o ministério seguirá atuando para que a imunização contra a dengue se consolide. “A vacina é, de fato, uma novidade auspiciosa, um instrumento de saúde fundamental. Não obstante, a indústria tem um número limitado de doses para atender um país grande como o nosso. Vamos continuar trabalhando para aumentar essa escala de produção de forma combinada com a empresa”, disse.
A chefe da pasta no DF afirmou que os gestores de todo o país estão trabalhando em conjunto. “Estamos alinhados, sintonizados e focados na prevenção das arboviroses. As decisões são colegiadas, vindas de câmaras técnicas, de uma comissão tripartite, que inclui governo federal, estados e municípios. Estamos atentos ao uso de novas tecnologias para o enfrentamento da dengue”, explicou Lucilene Florêncio, que é vice-presidente do Conass, representando a região Centro-Oeste.
Na ocasião, a gestora distrital detalhou as principais ações adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no enfrentamento à doença, como o atendimento ampliado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a instalação de tendas de atendimentos em nove Regiões Administrativas, a mobilização das equipes para os Dias “D” de combate à doença, dentre outras.
“Estamos trabalhando com vários órgãos, como Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Defesa Civil, Corpo de Bombeiros para fiscalizar o descarte irregular de resíduos. A vacina vem nos dar um alento. Mas temos de fazer nosso dever de casa, nossa parte. Vamos conversar com o Ministério da Defesa e pedir apoio também ao Exército para ampliar a nossa frente de combate ao mosquito”, disse.
Após ressaltar que a rede pública de saúde tem testes suficientes para detecção da doença, Lucilene agradeceu o apoio do Ministério da Saúde e do Conass. A Secretaria de Saúde (SES/DF) contará com duas carretas para ajudar no enfrentamento à doença: uma ficará no Sol Nascente/Pôr do Sol e a outra, de forma itinerante. Neste fim de semana, estará em ação do GDF, no Recanto das Emas.
Situação de emergência
O risco de epidemia de dengue e outras arboviroses levou o GDF a declarar situação de emergência na saúde pública. A medida foi publicada em decreto na edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (25). O texto autoriza o governo a tomar as medidas administrativas necessárias para conter a doença, em especial a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços.
O último Boletim Epidemiológico de dengue no Distrito Federal, com dados até 20 de janeiro, mostra um total de 16.079 casos prováveis notificados, um aumento de 646,5% frente ao mesmo período do ano passado.