DF deve receber reforço para intensificar combate à sífilis



Outras 99 unidades da Federação serão beneficiadas

Por Ailane Silva

O Distrito Federal e 99 municípios do Brasil foram priorizados pelo Ministério da Saúde para reforçar as ações de combate à sífilis, com ênfase na redução da forma congênita doença. Ao todo, o governo federal investirá R$ 200 milhões, provenientes de emenda parlamentar, em uma estratégia denominada Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção. A iniciativa faz parte de uma campanha que apresenta os slogans “Faça o teste de sífilis, proteja seu futuro” e “Faça o teste da sífilis, proteja o seu futuro e de seu filho”.

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Serão R$ 13,5 milhões para aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina e 450 mil ampolas da penicilina cristalina. Os medicamentos são indicados para o tratamento da doença adquirida e em gestantes, bem como para tratar a patologia em bebês, respectivamente. O estoque garantirá abastecimento até 2019.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (31), pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, em coletiva de imprensa no Ministério da Saúde, com a participação também do secretário de Saúde do Distrito Federal e vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Humberto Fonseca, além de outras autoridades.

“Estamos fazendo um esforço grande para aumentar o diagnóstico de casos. Apesar de os testes serem gratuitos, é preciso mudar o comportamento dos profissionais e das gestantes, que podem ter alguma resistência quanto a essa questão”, disse Barros. Segundo o ministro, o ideal é que as gestantes estão no foco da ação porque a identificação da doença ainda no primeiro trimestre de gestação contribui para o tratamento adequado e a não transmissão para o feto.

ministro da Saúde, Ricardo Barros
Foto: Matheus Oliveira/ Saúde-DF

A idéia é que os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) trabalhem de forma integrada para fortalecer o diagnóstico, vigilância epidemiológica, tratamento, assistência, pesquisa e comunicação. Além disso, ampliar os comitês para investigação da transmissão vertical e fortalecimento das salas de situação para acompanhar a situação epidemiológica.

Durante a coletiva, o ministro lembrou que 39 países enfrentaram desabastecimento do medicamento usado para tratar sífilis em razão da insuficiência do extrato para produção do medicamento. “Essa compra em grande escala de penicilina é importante, em conjunto com a campanha que estamos lançando para que a população faça o teste”, disse, ao destacar que serão veiculados vídeos na televisão e internet, além da distribuição de folderes para conscientizar a população.

“O combate à sífilis congênita depende da qualidade do pré-natal, abastecimento de insumos, acompanhamento e tratamento desses pacientes. Por isso, esse programa do Ministério da Saúde certamente será bem sucedido e representará uma melhoria como um todo no sistema de saúde”, disse Humberto Fonseca.

Doença

A sífilis é uma infecção ou doença sexualmente transmitida, que apresenta diagnóstico, tratamento e cura estabelecidos e de baixo custo, mas quando não tratada pode evoluir para cronicidade. É um agravo que ainda se constitui um problema de saúde pública no Distrito Federal e no Brasil, tanto pelo grande número de casos quanto por suas complicações.

Dados

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve aumento de 27,9%, a sífilis em gestantes de 14,7% e a congênita de 4,7%. Em 2016, foram registrados 87.593 casos de sífilis adquirida e 20.474 da patologia congênita. No Distrito Federal, entre 2011 e 2016, foram notificados 5.162 casos de sífilis adquirida. Em 2016, foram notificados 1.288 casos, sendo 937 em homens e 351 em mulheres.

Fonte: Agência Saúde-DF



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