Proporcionar às equipes de saúde conhecimentos atualizados e habilidades práticas para identificar, tratar e prevenir as doenças prevalentes na infância é a meta de uma parceria entre a Secretaria de Saúde do DF (SES) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A iniciativa oferece capacitações, com 655 profissionais já certificados e novas 13 oficinas programadas até dezembro deste ano.
Até esta sexta-feira (6), as oficinas, voltadas a médicos e enfermeiros, ocorrem nas regiões Oeste e Norte de Saúde. “Na área médica de família e comunidade, atendemos muitos casos de crianças com as doenças prevalentes que estamos vendo no curso, então é algo extremamente importante e necessário para informar e sistematizar como vamos atuar de acordo com cada queixa apresentada pela criança”, resume a médica de família e comunidade Jéssica Monique Linhares.
Referência no segmento, o DF é a unidade da Federação com o maior número de profissionais capacitados. “Temos no DF a sazonalidade das doenças virais respiratórias no começo do ano e, na época de agosto e setembro, das doenças diarreicas”, aponta a enfermeira Raquelini Meiriele Campoe, facilitadora da capacitação em Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI Criança) . “Então, é importante capacitar as equipes para fazer esses atendimentos no momento mais oportuno possível”.
“Por meio desse enfoque, doenças comuns na infância são tratadas precocemente, resultando em uma notável redução na morbimortalidade infantil”Janaína Pereira Alves, gerente de Áreas Programáticas de Atenção Primária à Saúde
Entre os temas da oficina, há abordagem do histórico da AIDPI, sinais gerais de perigo (o que fazer quando a criança apresenta gravidade) e doenças prevalentes na infância – como febre, dores de garganta e de ouvido, diarreia e desidratação – , além de vigilância aos casos de violência contra as crianças e quais condutas adotar.
A gerente de Áreas Programáticas de Atenção Primária à Saúde, Janaína Pereira Alves, reforça que a capacitação em AIDPI Criança tem papel de destaque na promoção da saúde infantil. “Por meio desse enfoque, doenças comuns na infância são tratadas precocemente, resultando em uma notável redução na morbimortalidade infantil”, explica.
Meta de capacitação
“Por mais que a gente já saiba o padrão, o curso de fortalecimento da linha de cuidado faz com que a gente aprimore esses conhecimentos, e isso melhora a assistência e a agilidade no fechamento de diagnóstico”Kelly Rios, enfermeira
Após planejamento minucioso, a Diretoria da Estratégia Saúde da Família (Desf) e a Gerência de Apoio à Saúde da Família (Gasf) da SES identificaram a necessidade de oficinas em cada região de Saúde. A meta pactuada com a gestão regional da Atenção Primária à Saúde (APS) de cada região de Saúde é capacitar 70% dos profissionais.
“Nosso objetivo é que, até 2024, durante as sazonalidades, os profissionais se sintam seguros e qualificados, tornando a atenção primária mais eficaz no manejo com as crianças”, afirma a gerente da Gasf, Ângela Maria Sacramento.
“Quanto mais estivermos atualizados nessa parte de protocolo e fluxo, mais segurança teremos nos atendimentos com os pacientes”, resume a enfermeira Kelly Rios, que também participa da oficina. “Por mais que a gente já saiba o padrão, o curso de fortalecimento da linha de cuidado faz com que a gente aprimore esses conhecimentos, e isso melhora a assistência e a agilidade no fechamento de diagnóstico.”
Planejamento
Em 2022, diante da necessidade de qualificar profissionais na área, foram promovidas oficinas para formação de multiplicadores, com o objetivo de expandir a formação para os profissionais. No total, foram capacitados 67 multiplicadores. Graças a esses esforços, atualmente, cada região de Saúde conta com uma média de seis a dez multiplicadores do AIDPI, permitindo a realização de oficinas em grande escala.
Organizados pela Gasf e pela Diretoria de Atenção Primária (Diraps) das sete regiões, os treinamentos somam 40 horas de capacitação intensiva, proporcionando o conhecimento necessário para lidar com as necessidades específicas das crianças durante os primeiros anos de vida. Ao fim de cada oficina, os profissionais precisam ter ao menos 75% de acertos em prova e presença superior a 80%.
“Esse curso nos ajuda a lidar com as doenças mais comuns e que levam as crianças ao óbito, caso a gente não saiba manejar da forma correta”, resume a médica de família e comunidade Caroline Carvalho.