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23 mar 2025 16:17

DF reforça vigilância para conter transmissão do sarampo

Secretaria de Saúde intensifica monitoramento e adota medidas estratégicas na capital

Por Michelle Horovits

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) apresentou ao Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (21), as medidas adotadas diante do primeiro caso de sarampo registrado na capital desde 2020. A atuação rápida da SES-DF foi elogiada pelo Ministério da Saúde (MS).

“Brasília respondeu rapidamente ao caso, garantindo o diagnóstico precoce, a busca ativa e o bloqueio vacinal. Essa atuação exemplar deve servir de modelo para outros estados e municípios”, destacou Éder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério.

O Distrito Federal conta com um serviço de monitoramento 24 horas para resposta a possíveis eventos de importância para a saúde pública. A diretora substituta da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP) da SES-DF, Aline Duarte Folle, esclarece que, em casos de suspeita de sarampo, todas as pessoas que estiveram próximas do paciente são investigadas, seja no trabalho, na escola, entre vizinhos ou até mesmo em meios de transporte, como aviões e veículos de aplicativo. “Vamos manter o monitoramento desse grupo de 278 pessoas que tiveram contato com essa paciente até o dia 26 de março”, garante.

Durante esse processo de varredura, a vigilância forneceu orientações sobre a doença a todos os investigados, identificou sinais de alerta, verificou a situação vacinal. “Nós implementamos o bloqueio vacinal seletivo — medida que deve ser adotada até 72 horas após a exposição ao vírus para interromper sua propagação”, explica a chefe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal (Cievs-DF), Priscilleyne Reis.

Secretaria de Saúde do DF apresentou ao Ministério da Saúde plano de contingência para o primeiro caso de sarampo registrado em Brasília desde 2020. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde DF

Vacinação

Dados da Secretaria de Saúde indicam que, neste momento, a cobertura vacinal contra o sarampo no Distrito Federal, em crianças menores de dois anos, é de 97,2% para a primeira dose e de 88,3% para a segunda dose. Pessoas de até 29 anos devem ter duas doses da tríplice viral, enquanto adultos de 30 a 59 anos precisam comprovar pelo menos uma dose. Profissionais de saúde devem apresentar duas doses, independentemente da idade. Em situações de surto, crianças de 6 a 11 meses podem receber uma dose extra, chamada de “dose zero”.

A rede de frio da SES-DF conta com mais de 40 mil doses da vacina contra o sarampo. A gerente da área, Tereza Pereira, reforça a importância da imunização e orienta que aqueles com a caderneta de vacinação desatualizada procurem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se proteger. “A vacina contra o sarampo é extremamente segura e pode ser aplicada junto com outras. Essa é uma responsabilidade coletiva e, ao receber a tríplice viral, protegemos não apenas a nossa saúde, mas também a de toda a comunidade”, destaca.

Secretaria de Saúde intensifica monitoramento e adota medidas estratégicas para combater o sarampo na capital. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde DF

Primeiro caso

A paciente, uma mulher entre 30 e 39 anos com histórico de viagens internacionais, teve os primeiros sintomas em 27 de fevereiro e, no dia 1º de março, apresentou manchas vermelhas características da doença. A confirmação ocorreu após exames laboratoriais realizados no Laboratório Central do Distrito Federal (Lacen-DF) e na Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz-RJ). A paciente não precisou ser hospitalizada, e a doença evoluiu sem complicações.

O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. Seus sintomas incluem tosse seca, irritação nos olhos e mal-estar. Três a cinco dias após o início dos sintomas, surgem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas, que depois se espalham pelo corpo. A persistência da febre após o aparecimento das manchas pode indicar gravidade, especialmente em crianças menores de cinco anos.

A Vigilância Epidemiológica monitora surtos e epidemias em outros países e estados brasileiros. Há atenção especial para doenças como poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, febre amarela, meningites e até enfermidades nunca registradas no Brasil, como Ebola e febre de Lassa – esta última, uma infecção hemorrágica grave transmitida por roedores.

Ministério da Saúde destacou a resposta rápida do Distrito Federal no diagnóstico e bloqueio vacinal contra o sarampo. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde DF+

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