Dia Internacional da Tireoide alerta sobre importância da prevenção

Na rede pública, porta de entrada para quem suspeita de doenças na glândula são as Unidades Básicas de Saúde



Por Michelle Horovits e Yuri Freitas

No dia 25 de maio, o mundo celebra o Dia Internacional da Tireoide. O objetivo é aumentar a conscientização sobre os problemas na glândula e os desafios enfrentados pelos indivíduos com distúrbios tireoidianos. A prevenção é ainda a melhor forma de evitar complicações mais graves, sendo o autoexame e o acompanhamento por profissionais de saúde peças-chave na detecção precoce da doença.

A partir dos 40 anos, é recomendada a dosagem anual do hormônio tireoestimulante (TSH) junto à checagem de colesterol, triglicérides e glicemia. O exame facilita a identificação do hipotireoidismo e do hipertireoidismo subclínicos, quando a desregulação existe, mas ainda é inicial. Dessa forma, o tratamento pode ser iniciado e apresenta melhores resultados.

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Maria Rosilene Silva de Souza, 71, descobriu caroços na tireoide e decidiu procurar uma UBS para investigar. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Os distúrbios da tireoide podem se manifestar, principalmente, de duas formas: hipotireoidismo, quando há produção insuficiente de hormônios; e hipertireoidismo, quando há produção excessiva. Ambas podem surgir em qualquer etapa da vida e são facilmente diagnosticáveis com exames específicos.

“Informações sobre as doenças da tireoide são essenciais para garantir que as pessoas estejam atentas aos sinais e sintomas que possam indicar problemas na glândula”, reforça a referência técnica distrital (RTD) de Endocrinologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), Flávia Franca Melo.

Entre os sintomas mais comuns do hipotireoidismo, segundo a especialista, estão fadiga, ganho de peso, depressão, pele seca e intolerância ao frio. Já no hipertireoidismo, os sinais incluem perda de peso, irritabilidade, palpitações, sudorese excessiva e intolerância ao calor.

Riscos e tratamentos

Pessoas que possuem casos de distúrbios na tireoide no círculo famíliar devem redobrar os cuidados. Nessa situação, o médico pode recomendar que o acompanhamento do TSH inicie antes dos 40.

Há dois anos em tratamento na rede pública, Bruna de Araújo, 42, desconfiou que também poderia ter hipertireoidismo, como a mãe. “Achei estranho sentir tantos sintomas parecidos com os dela e, por isso, fui a uma Unidade Básica de Saúde [UBS] para fazer exames. E tinha razão”, conta a moradora do P Sul.

Lúcia Madalena de Araújo, mãe de Bruna, tem 69 anos e, desses, viveu 20 com a doença sem obter diagnóstico. “Foi uma médica da UBS que descobriu que eu tinha hipertireoidismo. Hoje, vou de três em três meses ao Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial [Cedoh] para acompanhar e tomo um medicamento de reposição ou suplementação do hormônio T4 que pego na farmácia do Sistema Único de Saúde [SUS]”, relata.

Em cada caso, explica Melo, haverá a indicação do melhor tratamento, podendo ser por meio de remédios ou pela remoção da tireoide, com base em exames como dosagens hormonais, punção aspirativa e ultrassonografia. “Quando o paciente descobre que tem nódulo de tireoide, dependendo do tamanho e das características, é preciso realizar uma punção. Tanto o clínico da UBS quanto o endocrinologista da rede especializada podem solicitar”, explica. “Se o resultado apontar que o nódulo é maligno, a pessoa recebe a indicação de fazer uma cirurgia”, acrescenta a RTD.

Após investigação médica, Maria Rosilene Silva de Souza, 71, descobriu caroços na tireoide. “Fui encaminhada ao endocrinologista, que pediu exames para determinar se os caroços eram malignos. Felizmente, eram benignos, e agora só preciso acompanhar para garantir que não cresçam. Estou bem mais tranquila”, diz aliviada.

Em condições muito específicas, a SES-DF disponibiliza ainda um tratamento com iodo radioativo, indicado a casos de hipertireoidismo, especialmente quando há dificuldades em controlar a doença com remédios antireoidianos, presença de comorbidades ou recidiva após a cirurgia. Nessa opção, o acompanhamento médico deve ser contínuo para garantir a eficácia do procedimento e a segurança do paciente.

Onde buscar ajuda?

A porta de entrada para quem suspeita de doenças na tireoide são as Unidades Básicas de Saúde, local onde ocorre o primeiro atendimento. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

A porta de entrada para quem suspeita de doenças na tireoide são as UBSs, onde ocorre o primeiro atendimento. Havendo indicação médica, o paciente é direcionado aos ambulatórios especializados.

 



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