Por Marco Túlio Alencar
Em meio à divulgação da notícia de que a justiça determinou liminarmente o cumprimento de medida aprovada pela Câmara Legislativa para que os profissionais da saúde sejam testados, quinzenalmente, para detectar infecção pelo novo coronavírus, deputados distritais de diversos partidos debateram, nesta quarta-feira (24), a necessidade de ampliar a testagem para outras categorias, além de medidas de proteção para os trabalhadores de serviços de entrega.
Autor da proposição aprovada pela Câmara Legislativa, o deputado Delegado Fernando Fernandes (PROS) lamentou que entidades sindicais tivessem de recorrer à justiça para que a lei seja cumprida. “Não podemos permitir que os trabalhadores da saúde sejam propagadores do vírus”, reforçou. Já o seu colega Jorge Vianna (Podemos), oriundo do setor de saúde, destacou que a norma determina a realização de testes a cada 15 dias, mesmo que o profissional não apresente sintomas.
Por sua vez, o deputado Chico Vigilante (PT) acrescentou ser indispensável testar os trabalhadores terceirizados que prestam serviço em unidades de saúde e em outros órgãos do Distrito Federal. “O governo precisa garantir as mínimas condições de atuação daqueles que estão na linha de frente da batalha contra a Covid-19”, propugnou, no que foi acompanhado pelo deputado Robério Negreiros (PSD).
Enquanto o deputado Hermeto (MDB) chamou a atenção para o grande percentual de contaminados com o novo coronavírus nos quadros da Polícia Militar. Ele contou de um batalhão no qual de cada 10 testados, quatro tiveram resultado positivo. Ele fez um apelo para que o Comando Geral da corporação e a Secretaria de Saúde atuem para evitar um maior espalhamento no interior das tropas.
Entregadores
O deputado Fábio Felix (PSOL) convocou seus colegas a prestarem atenção nas condições de trabalho dos entregadores. “Eles não são contratados, atuam como colaboradores, sem suporte. Não têm direito a qualquer adicional relacionado a equipamentos de proteção individual contra a Covid-19 e, em muitos casos, não podem acessar o banheiro dos estabelecimentos para os quais realizam entregas”, resumiu, afirmando que esses trabalhadores “têm sido maltratados durante pandemia”. Realçou ainda a paralisação nacional que tem sido convocada pela categoria para o dia 1º de julho.
O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) salientou que os profissionais que usam bicicletas nos serviços de delivery são comumente vistos sem equipamentos básicos de segurança, como capacetes. “Apresentei à Secretaria de Trabalho proposta de um programa de governo que garanta o fornecimento desse aparato aos trabalhadores, para contribuir com a categoria que, além de sacrificada, é tão mal remunerada”, explanou.
Fonte: CLDF