Distritais defendem que o GDF elabore um plano de vacinação

Chico Vigilante trouxe o tema ao plenário observando que o governador não participou da reunião de governadores com o ministério da Saúde realizada nesta terça-feira (8)



O início ou a proximidade da vacinação em massa contra o novo coronavírus em diversos países levou os deputados distritais a exigirem do GDF a elaboração de um plano para quando a imunização chegar ao Distrito Federal. “Hoje, houve uma reunião de governadores para tratar da questão, mas o governador Ibaneis Rocha não compareceu”, destacou o deputado Chico Vigilante (PT), ao iniciar o debate sobre o tema durante a sessão remota da CLDF desta terça-feira (8). “Os postos de saúde e até os hospitais públicos não estão preparados, não possuem equipamentos necessários, por exemplo, para armazenar as ampolas”, alertou.

Na opinião de Vigilante, Ibaneis está seguindo o caminho “negacionista” do presidente da república. “Vou entrar na justiça com uma ação para que seja exigida do governo a apresentação de um planejamento”, informou. Já Arlete Sampaio (PT) classificou como “desrespeito e insensibilidade”, a posição dos governos federal e local diante da pandemia que já matou mais de 177 mil pessoas. Para ela, são necessárias providências urgentes: “As exigências para a imunização são muito grandes, por isso é imprescindível a adoção de um plano pelo DF e exigir do Ministério da Saúde um planejamento nacional”.

Por sua vez, o deputado Fábio Felix (Psol) salientou a apresentação de requerimento solicitando a criação, no âmbito da CLDF, de uma Comissão Especial destinada a acompanhar e fiscalizar a formulação de um plano de vacinação pela Secretaria de Saúde. Além dele, vários colegas assinaram a proposição. Felix fez uma cronologia do tratamento dado à pandemia pelo governo federal. “Caso se preocupasse com a economia, como afirma, o governo deveria ter um plano ousado de vacinação. Estamos no total atraso”, declarou.

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Jorge Vianna (Podemos) acrescentou que o Brasil possui o que considera “o melhor programa de saúde”, o Plano Nacional de Imunização (PNI), que coordena e determina regras e insumos para a vacinação. Mas, chamou a atenção para “a briga comercial” em torno das vacinas. “Há um lobby forte dos laboratórios. Por isso, precisamos ficar expertos, com os olhos bem abertos”, conclamou. Segundo o distrital, necessitamos de respostas para questões como: temos capacidade de atender e de armazenar; além de um plano de ação. “Não podemos ficar parados”, afirmou.

O deputado Delmasso (Republicanos) também demonstrou preocupação com a logística: “Quanto antes elaborarmos um plano, estaremos caminhando para sair da pandemia”. Ele concordou que o Distrito Federal dever apresentar seu próprio planejamento e colaborar para que o plano de vacinação do Ministério da Saúde também seja divulgado.

Redução da frota de ônibus

Comentando o decreto governamental que estabeleceu o fechamento de bares e restaurantes às 23 horas, a deputada Júlia Lucy (Novo) disse que o GDF “cometeu mais uma arbitrariedade”. Na visão da parlamentar, o comportamento da atual fase da Covid-19 já era esperado e a vacina “não pode ser condição para voltar à vida normal”. Ela comentou que os trabalhadores e donos desses estabelecimentos “estão desesperados” e anunciou audiência pública para tratar da questão. Também reclamou da manutenção das escolas fechadas e condenou a redução da frota de ônibus em 10%, autorizada pelo governo.

O deputado Leandro Grass (Rede) solidarizou-se com as famílias das mais de 4 mil vítimas da Covid-19 no DF. “Se fosse uma vida perdida já seria muito”, declarou. “O GDF não pode continuar tratando a pandemia com desprezo e superficialidade, sem consideração pela vida. E sequer está se preparando para quando tiver uma vacina”, avaliou. O distrital também desaprovou a diminuição dos ônibus em circulação porque gera mais aglomeração. “Foram repassados milhões às empresas para não reduzirem a frota”, justificou.

Já o deputado Delegado Fernando Fernandes (Pros), além de criticar a redução dos veículos em circulação do sistema de transporte coletivo, informou sobre uma audiência com o GDF, solicitada pelo presidente da Casa, deputado Rafael Prudente (MDB), para tratar da situação. Ele ainda relatou inúmeras reclamações que tem recebido dando conta da suspensão de testes de Covid-19 em servidores públicos, notadamente da Polícia Civil e Militar. “Antes eram de 15 em 15 dias. De um tempo pra cá, deixaram de ser realizados”, explicou, apelando para o retorno imediato do serviço.

Também referindo-se a policiais militares, o deputado Roosevelt Vilela (PSB), denunciou que o comando da corporação está “colocando compulsoriamente de férias, os servidores afastados por determinação médica”. De acordo com o parlamentar, a medida tem sido dirigida a policiais doentes, inclusive acometidos pela Covid-19. “É necessário que essa ação seja cessada, já que não tem base legal”, solicitou.



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FONTECLDF
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