Por Lorena Santana
A campanha de vacinação contra a dengue do Distrito Federal começou na manhã desta sexta-feira (9). Na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Cruzeiro, o início da imunização contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, da secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, do diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, além de diversas autoridades.
Desde às 8 horas, a população compareceu à unidade, que recebeu duas mil doses do imunizante. A servidora pública Regilene Mota levou o enteado Nicolas de Melo, 11 anos, e o filho Vinícius Pedroso, 10 anos, para serem imunizados. “Vacinas salvam vidas e essa da dengue foi muito esperada. Então, eu trouxe os meninos para atualizarem o cartão vacinal. É um acréscimo no combate à doença, mas não se pode esquecer das outras medidas de segurança”, relembra.
A primeira fase da campanha será exclusiva a crianças na faixa etária de 10 e 11 anos de idade (até 11 anos, 11 meses e 29 dias), seguindo a orientação do Ministério da Saúde (MS). O esquema de imunização é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas. As crianças que forem vacinadas neste primeiro fim de semana devem retornar em maio. Importante ressaltar que caso a criança tenha sido diagnosticada com dengue, é necessário aguardar seis meses para iniciar a imunização.
“Vamos até março com esse primeiro grupo. Estamos trabalhando para garantir, na sequência, a vacinação dos jovens de 10 a 14 anos. Começamos com essa faixa etária porque é onde vimos o maior número de hospitalizações”, explicou a ministra da Saúde.
A gestora da pasta no DF, por sua vez, reforçou a importância das demais medidas para evitar a reprodução e a proliferação do mosquito Aedes aegypti. “Precisamos enfatizar que a vacina vem para compor um rol de cuidados, mas não é o principal e não é somente isso que vai nos tirar do momento de emergência. Agora, é o trabalho intersetorial, de cada morador dentro de sua residência, retirando focos que possam ser criadouros de mosquito, manejando o resíduo sólido, ou seja, lixo no lixo.”
As ações do Governo do DF para combater a doença incluem a realização de forças-tarefas, instalação de tendas de hidratação, ampliação do horário de atendimento das UBSs e nomeação de 75 Agentes de Vigilância Ambiental para atuarem no combate ao Aedes aegypti.
Imunização
O DF foi uma das primeiras unidades da federação a receber as vacinas do MS, ao lado da Bahia e de Goiás. No total, foram enviadas 71.702 doses da vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda.
Inicialmente, estavam previstas 194 mil amostras do imunizante para a população do DF, mas diante do quantitativo limitado de vacinas disponibilizadas pelo laboratório fabricante, a pasta federal restringiu a faixa etária inicial, de 10 a 14 anos, e remanejou o total enviado às regiões do País.
Durante o início da campanha no DF, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, disse que o quantitativo de doses enviadas depende da capacidade de produção do laboratório e que o cronograma de entrega das vacinas está vinculado a essa capacidade de produção.
“A expectativa é de que recebamos neste ano pouco mais de 6 milhões e, com isso, vamos conseguir vacinar cerca de 3 milhões de pessoas. Ao longo do ano, avançaremos com a distribuição de doses para contemplar outras faixas, até 14 anos, e garantir a segunda dose”, completou o diretor.
O imunizante foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
Vacinação no Carnaval
No total, o DF terá 15 locais de vacinação contra a dengue durante todo o carnaval. A lista completa com os endereços e horários está disponível no site da Secretaria de Saúde (SES-DF).
A orientação é a de que o público-alvo, crianças de 10 e 11 anos, estejam acompanhadas dos pais ou responsáveis no momento da vacinação. Será preciso apresentar o documento de identificação e a caderneta de vacinação da criança. Não é necessário agendamento.
A vacina não é indicada para indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e em pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula. A restrição se estende às mulheres grávidas ou em período de amamentação.