Distrito Federal contabiliza 282 mil desempregados no mês de março



Em um ano, 84 mil pessoas perderam vaga; ‘tendência nacional’, diz GDF. Classes menos privilegiadas sofreram maior impacto, aponta levantamento

Por Alexandre Bastos

O Distrito Federal contabilizou 282 mil pessoas desempregadas no mês de março, segundo pesquisa da Secretaria do Trabalho, Dieese, Codeplan, e Fundação Seade. Em um mês, 17 mil pessoas perderam postos de trabalho. O número corresponde a 18,1% da população.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED) registrou um aumento de 0,9% no número de desempregados. Em fevereiro, a taxa de desemprego afetava 17,2% da população do Distrito Federal.

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Segundo o secretário-adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, o comportamento segue tendência nacional, observada nas outras capitais pesquisadas.
“Examina-se que a População Economicamente Ativa (PEA) pressiona o mercado de trabalho. O desemprego aumentou tanto em apenas um mês porque a PEA aumentou e houve perda de postos de trabalho. Isso aconteceu também em São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Salvador.”
Entre fevereiro e março 14 mil pessoas ingressaram no mercado de trabalho. No mesmo período houve redução de 3 mil vagas. O número de trabalhadores assalariados teve queda de 4 mil pessoas (0,4%). No setor privado, houve redução de 1% no número de trabalhadores com carteira assinada, enquanto no grupo sem carteira ocorreu aumento de 2,4%.

O setor de serviços foi o mais afetado pelo desemprego no último ano, com redução de 4 mil vagas. Em seguida, vêm as áreas de administração pública, defesa e seguridade social (3 mil). Houve aumento no número de profissionais empregados nas áreas de indústria e transformação (1 mil) e de construção (2 mil).

Foram estudados três grupos socioeconômicos em todas as regiões administrativas, de renda alta, intermediária e baixa. O grupo em que foi observado aumento mais expressivo da desocupação pertence às classes de renda mais baixa (21,4%). Em seguida, aparecem as classes intermediárias (15,4%) e classes altas (7,8%). O último grupo foi o único a apresentar redução na taxa de desemprego, passando de 8,2% em fevereiro para 7,8% em março.

“O aumento do desemprego tem sido mais acentuado nas classes menos privilegiadas. O que nos leva a crer que se precisa de atenção na qualificação profissional. Há muita reclamação do setor produtivo nesse sentido. É uma crise que ainda está ocorrendo, temos convicção que não há nenhum tipo de política pública que implementemos hoje que dê resposta imediata. Não dá para retrair o Índice de desemprego em um ou dois meses”, afirma Jarjour.

Fonte: G1 DF



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