Do sonho ao pesadelo: Centro Médico da PMDF não comporta a demanda



Hoje estamos mudando a história da saúde PMDF. Com este Centro Médico, estamos materializando o sonho de cada policial militar e seus dependentes.”, disse o então comandante-geral da PMDF, coronel Anderson Moura na inauguração do CEMED junto com o então Chefe da Casa Militar Cel Rogério Leão

Por Poliglota

Porém, a realidade é absolutamente outra. Com apenas dois meses de inaugurado, o Centro Médico da PMDF que era um sonho antigo de policiais e dependentes acabou se transformando em pesadelo.

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Projetado para oferecer um serviço alinhado com o que há de melhor nas boas práticas médicas, oferecendo o atendimento hospitalar que o policial militar e seus dependentes merecem, na prática o que vemos hoje está muito aquém da realidade. Com um quadro de apenas 59 médicos (segundo o almanaque de oficiais da corporação) para atendimento de mais de 180 mil prontuários (entre ativos, inativos, pensionistas e dependentes), a saúde da PMDF corre sério risco de entrar em colapso.

Denúncias encaminhadas ao blog citam as dificuldades que policiais e dependentes enfrentam para conseguirem marcar uma consulta através do serviço de marcação de consultas implantado pela direção do Centro Médico através do telefone 3190-6000 (DE 07:00 ÀS 19:00) que não está tendo a mínima condição de atender a demanda. Quando o paciente liga, ou não atende ou quando atende logo cai a ligação, para as mais de 17 especialidades médicas prometidas pela corporação (Dermatologia, clínica média, cardiologia, endocrinologia adulta e pediátrica, neurologia, ginecologia, oftalmologia, ortopedia, urologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, proctologia, e cirurgia bucomaxilofacial, entre outras) e uma espera absurda para atendimento laboratorial, ao ponto de pacientes terem que dormir na fila para conseguirem o atendimento (foto).

Com um projeto ousado, a perspectiva era que o hospital tivesse capacidade de atender a 99.000 consultas de urgência, 83.800 consultas básicas e mais de 214.000 consultas especializadas.

Com a inauguração do Centro Médico e a publicação do Decreto Distrital de contenção de despesas pelo GDF, os convênios com hospitais e clínicas que antes atendiam os policiais e dependentes foram cancelados, permanecendo somente os casos de urgência e emergência. No entanto, segundo apurado pelo blog, denúncias dão conta de que alguns hospitais conveniados não estão atendendo nem esses casos, segundo eles, por falta de pagamentos desde outubro do ano passado.

O blog recebeu um documento interno emitido pela Supervisão do Hospital Santa Marta (abaixo), então um dos conveniados, com um texto bastante agressivo em relação à saúde dos policiais militares e dependentes, e pior, utilizando e transferindo a responsabilidade ao comando da corporação, que diz: “ Sob orientação do Comando Geral da PM, a partir de 08/02/2015, só podemos atender no Pronto Socorro do Santa Marta, pacientes com risco de morte”.

Santa MartaMais grave ainda está a complementação do texto que ao final diz: “Se houver agressão, nossa equipe de agentes estarão a postos e com reforço no PS e será acionado a Polícia Civil” (Grifo nosso).

O blog ouviu alguns policiais e dependentes sobre a questão da saúde interna e a maioria foi unânime em afirmar que o serviço não funciona. “Tem mais de 20 dias que estou tentando marcar uma consulta para minha esposa que têm câncer e não consigo”, disse um policial. “Tenho mais de 40 exames laboratoriais para realizar e aguardei mais de 4 horas para ser atendida, e mesmo assim alguns exames a PM não realiza e também não cobre fora, disse uma dependente de um policial.

É preciso que o comando da PM faça um levantamento urgente dos problemas que estão acontecendo e que se resolva imediatamente essa questão, afinal, cada policial tem descontado em seus vencimentos um percentual de Fundo de Saúde que pela lógica deveria cobrir todas as despesas com a saúde dos policiais e seus dependentes.

Como se não bastasse o desânimo e desmotivação porque passam os integrantes da corporação com a falta de valorização profissional e salarial, muitos policiais afirmaram que trabalhar deixando sua família desamparada e doente só reforça a tese de que é impossível render um bom serviço à sociedade, sendo que a polícia realmente não está sendo vista como deveria pelo governo e comando, o que influi diretamente na produção dos serviços à população.

Governador, Secretário de Segurança e Comando, vamos abrir os olhos!!!

Fonte: Blog do Tenente Poliglota

 



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