Doença crônica agravou situação de paciente com Covid-19 em 87% dos óbitos



Levantamento da Saúde mostra: das 84 mortes, 73 foram de pessoas com pelo menos um mal crônico preexistente. Mas médicos alertam: ninguém pode descuidar das orientações

Por Renata Moura

O cenário dos quadros mais graves de infecção pelo novo coronavírus no Distrito Federal segue uma tendência mundial: o agravamento da doença se relaciona diretamente às condições clínicas específicas de cada paciente. Levantamento do Painel Covid-19 no DF, divulgado nesta quinta-feira (21), às 17h30, mostra que dos 84 óbitos registrados na capital da República, 73 possuíam pelo menos uma doença crônica.

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Entre as comorbidades mais comuns identificadas estão as de origem cardiovasculares e as metabólicas. “O que mais vemos são quadros de saúde agravados por hipertensão, diabetes e obesidade”, avalia o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Ricardo Tavares.

No perfil das vítimas da Covid-19, há outras características a se destacar: cerca de 75,3% das vítimas sofriam de hipertensão e 74% tinham mais de 60 anos. A fatalidade atingiu mais homens (43) que mulheres (41). A diabetes também foi identificada em 38,4% dos casos fatais; e, a obesidade em 17,8%.

“Na população do DF, são características que se destacam. Quando partimos para uma análise nacional, temos de considerar também a subnutrição”, avalia Tavares. “Na região Norte é uma situação que preocupa tanto o número de infecções como o que tem impacto em casos de mortes”, completa.

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, emitido em 8 de maio, 65% dos casos de óbitos no Brasil estão relacionados à pelo menos um fator de risco. No entanto, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, alerta: “Quando o vírus afeta uma pessoa de maneira grave a evolução é muito rápida e bem pior do que a Influenza e outros virais respiratórios”.

Hage destaca que, no cenário nacional, já há registros de mortes entre crianças e adultos aparentemente fora do quadro de risco. “Ainda não conhecemos bem quais os fatores para essa evolução grave em pessoas fora do quadro de risco. Pode ser carga viral ou outros fatores ainda desconhecidos”. Por isto, ele alerta, a melhor escolha no momento é redobrar a prevenção e evitar ao máximo sair de casa.

Taxa de mortalidade
Outro estudo elaborado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), divulgado na terça-feira passada (19), mostra que o Distrito Federal caiu duas posições no ranking nacional de mortes por Covid 19, no intervalo de uma semana. Até o dia 10 de maio, a unidade da Federação ocupava a 20ª posição e passou para 22ª no dia 17.

O DF ainda apresentou um salto positivo quanto à mortalidade a cada 100 mil habitantes, saindo da 10ª para 16ª posição em sete dias.

458,5casos por 100 mil habitantes, proporção registrada no Lago Sul

Segundo o levantamento, a incidência de casos ainda se concentra em localidades de maior renda. O Lago Sul permanece como a região administrativa com o maior número de casos quando se analisa a proporção de sua população: 458,5 para cada 100 mil habitantes.

“Permanecemos com um índice de mortalidade relativamente baixo e estamos perto do pico, que deve ser em julho”, avalia o secretário-adjunto Ricardo Tavares. Para ele, o quadro só foi possível em função das medidas certas tomadas pelo governo.

“Além das ações iniciais de isolamento social, aumentamos a testagem em massa e oferecemos a internação precoce. Todo esse conjunto de ações estão dando resultados e agora ficamos numa situação mais confortável”, explica.



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