Doença de Parkinson: Dia mundial soa o alerta para incidência em maiores de 64 anos

Condição neurológica afeta, principalmente, mobilidade, dificultando afazeres comuns, como caminhar e tomar banho



Quando uma pessoa demora mais tempo para fazer o que antes fazia com autonomia e agilidade – tomar banho, vestir uma roupa, cozinhar, escrever – é preciso ficar atento. A limitação motora é um dos principais sintomas da doença de Parkinson. Trata-se de uma condição neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Ela decorre de uma degeneração das células produtoras de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla a mobilidade. Quanto maior a faixa etária, maior a incidência da doença.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 4 milhões de pessoas no mundo com Parkinson, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos sofram com o problema. Para ampliar a conscientização e a compreensão sobre a doença, foi estabelecido em 11 de abril o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson.

Neurologista do Centro de Referência em Doença de Parkinson do Hospital de Base (HBDF), Marcelo Lobo explica que não há um teste específico que identifique a doença. “O diagnóstico é principalmente clínico, baseado no histórico médico e nos sintomas apresentados, podendo ser auxiliado por exames de imagem para descartar outras condições”, detalha.

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Sintomas e tratamento

Na maioria das vezes, os sintomas começam de forma lenta e sem sinais alarmantes ou graves. A lentidão dos movimentos e os tremores nas extremidades das mãos, muitas vezes notados apenas pelos amigos e familiares, costumam ser os primeiros sinais da doença. Rigidez muscular, redução da quantidade de movimentos, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, além de depressão, tontura, distúrbios do sono, respiratórios e urinários também podem estar relacionados.

A aposentada Luci Afonso, 64, levou cinco anos para que soubesse que o Parkinson ocupava cada vez mais espaços em seus dias. “Eu tinha travamentos no pé e na mão, sentia dores pelo corpo e perdi a mobilidade para fazer atividades usuais. Até mesmo caminhar era difícil”, conta.

Usuários que necessitam do serviço passam por uma avaliação inicial nas Unidades Básicas de Saúde, onde são direcionados à especialidade | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Sem cura, o tratamento é paliativo, focado em amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Luci, hoje, toma medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro. Ao longo do tempo, contudo, passou a integrar na rotina outros métodos que auxiliam nos movimentos, como psicoterapia, fisioterapia, pilates e acupuntura. “Junto ao remédio, essas atividades são muito eficazes no controle dos meus músculos, ajudando a relaxá-los e facilitando o meu caminhar”, destaca.

Os esforços de Luci ilustram uma estratégia adequada ao seu caso em específico. Segundo o neurologista, atualmente não há um plano comprovado que previna a doença. “Estudos indicam que adotar um estilo de vida saudável, com exercícios regulares, uma dieta balanceada rica em antioxidantes e minimizando a exposição a toxinas ambientais, pode ser benéfico para reduzir o risco”, afirma Lobo.

Assistência

Usuários que necessitam do serviço passam por uma avaliação inicial nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde são encaminhados à especialidade disponível nos hospitais regionais da Asa Norte (Hran), do Gama (HRG), de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT). Casos com manifestações atípicas ou que requerem cirurgia podem ser encaminhados aos HBDF.



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