Com cassação Cunha perde foro privilegiado e deve cair no olho do furacão da Lava Jato e fica na mira de todos
Por Kleber Karpov
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve o mandato cassado, no início da madrugada desta terça-feira (13/Set), por quebra de decorro parlamentar. Ao todo foram 450 votos favoráveis, 10 contrários e nove abstenções à cassação.
De acordo c om parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Cunha mentiu em depoimento espontâneo à CPI da Petrobras, em 2015, ao afirmar que não tinha contas no exterior.
Após o encerramento da sessão, Cunha, em entrevista coletiva, culpou o governo e a emissora Rede Globo de se associarem ao PT, para derrubá-lo. Questionado se com a cassação, se deveria aderir à delação premiada, Cunha voltou a afirmar que não fará delação, por não ser criminoso.
Na mira de todos
Com a cassação do mandato, Cunha perde os direitos políticos por oito anos, além do Foro privilegiado, o que deixará o ex-parlamentar, nas mãos do juiz Sérgio Moro, na Operação Lava Jato, investigada pela Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Além da PF, embora todos acenem a possibilidade do ex-presidente da Câmara dos Deputados recorrer à delação premiada, ninguém acena para um cenário mais delicado, a julgar que o 450 votos favoráveis e 10 contrários deputados cassam mandato de Cunha também contará com relações sensíveis de um universo influente da cúpula petista e ainda entre os próprios ‘aliados’, que eventualmente venham a temer possíveis exposições de práticas ilícitas.
Suplente
Com a cassação, o dono de uma rede de shoppings populares, no interior do Rio de Janeiro, José Augusto Nalin (PMDB-RJ) deve substituir a vaga deixada por Cunha na Câmara dos Deputados. Nalin, teve apenas 13%, ou seja, 31.281 votos, em relação aos 232.708 do titular que perdeu o mandato.
Com informações de Câmara dos Deputados