Edital previu segundo turno de votação caso quórum mínimo deixasse de ser atingido
Por Kleber Karpov
A eleição para escolha da nova diretoria do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), realizada na terça-feira (19/Jun), um segundo turno. Isso por deixar de atingir um quórum mínimo, estabelecido por Estatuto, de acordo informação da Comissão Eleitoral da entidade. Em publicação no website do SINDATE-DF, a direção do sindicato publicou aviso de realização de segundo turno das votações para a próxima quinta-feira (28/Jun).
“As eleições do SINDATE-DF 2018/2022, realizada nesta terça-feira (19/06), das 8h às 18h, nos termos estatutários não alcançou o quórum necessário. Conforme decisão da Comissão Eleitoral, baseada no Art. 56º do Estatuto Social do Sindate-DF, que a eleição deverá acontecer em 2° turno. A data da nova coleta de votos ocorrerá na próxima quinta-feira (28/06), conforme decisão Comissão Eleitoral, de 8h às 18h. As urnas serão fixas e itinerantes em hospitais públicos e privados, e unidades de saúde.”.
Ao Política Distrital (PD), o diretor do do SINDATE-DF, Newton Batista, explicou que a chapa deixou de atingir o quórum estabelecido por Estatuto, em função do curto espaço de tempo para a realização da campanha eleitoral, assim como da quantidade de horas estabelecidas por edital para a realização da eleição. De acordo com o sindicalista, a estimativa é que a chapa ultrapassou 50% dos votos necessários, mas em detrimento das normas estabelecidas no Edital, acabou por ser prejudicada.
“Nossa eleição foi corrida pois tivemos um prazo de 60 dias, para encaminhar todo o processo eletivo, sempre com o acompanhamento da Justiça. Por definição de edital as eleições em si aconteceram de 9h às 18h, então, nós não pegamos, por exemplo, os servidores em troca de turno, e com isso, ficamos sem o registro dos votos de pelo menos metade dos servidores dos hospitais e UPAs e a eleição ficou prejudicada.”, justificou.
Oposição
Para membros da chapa opositora, impugnada pela Comissão Eleitoral, a sugestão é que o Sindicato perdeu força junto à categoria. “O medo de um enfrentamento democrático que os mesmos utilizaram mais um vez de meios nada democráticos para manter sua perpetuação junto a nossa instituição. Mais houve a reposta da categoria demonstrando sua indignação durante o pleito não votando e tanto que mesmo usando todos os recursos a fim de validar seus planos os mesmo não conseguiram nem 2/3 de votos destes que como conscientes guerreiros e guerreiras que enxergaram os seus desmandos”, sugere em mensagem assinada por Marcelo do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).
Porém
Porém, nem todos pensam da mesma forma. Esse é o caso do técnico em enfermagem e enfermeiro, pré-candidato a deputado federal, Mira da Saúde (PSC) que, em um grupo da Saúde, no aplicativo Whatsapp, defendeu a união dos profissionais de enfermagem para fortificar a categoria.
“Vejo essas discussões como um aprendizado, fazem parte do amadurecimento da categoria. No entanto, estamos em um momento de muitas dificuldades para a categoria. Temos um governo que tenta destruir os sindicatos, nossas lideranças e aos servidores. Se não temos nada a elogiar nossos sindicatos, também não podemos desconstruir nossas lideranças. Avançamos muito nos últimos 30 anos, ainda temos no que avançar, mas com desunião andaremos para trás. A enfermagem e os servidores da saúde têm grandes lideranças. Até pouco tempo tínhamos uma colega como pré-candidata ao governo. Temos nomes fortes para Deputado Distrital e para Deputado Federal. Nomes que aparecem em todas as pesquisas com chances reais de vitória. Tudo o que não precisamos nesse momento é desunião. Temos de unir toda a categoria da saúde, principalmente a enfermagem. Somente nossa união é capaz de nos levar à vitória. […] Todos os auxiliares e técnicos de enfermagem filiados ao sindate deveriam votar. Quando não votamos estamos dizendo ao governo que estamos desunidos, fracos e que o governo pode nos massacrar. Se todos fossem votar o governo saberia que estamos unidos, que estamos juntos, iria nos respeitar mais. Quem se nega a votar está fazendo um mal a enfermagem. Quem incentiva o boicote à eleição não tem compromisso algum com a enfermagem. Temos nossas diferenças com os outros sindicatos, mas não podemos destruir nossos líderes. O Mira da Saúde defende todos, valoriso todos aqueles que ajudaram ou ajudam a construir uma carreira melhor. São homens e mulheres que dedicaram suas vidas pela causa da saúde e da enfermagem, são muitos e muitas. Na próxima segunda vamos incentivar os colegas a votarem, vamos mostrar que esse direito tem de ser exercido pelo bem da nossa profissão. Em poucos meses teremos eleições no país, precisamos eleger nossos candidatos, portanto, vamos ligar, mandar mensagens, falar nas redes sociais, visitar e pedir p todos irem às urnas. Se têm críticas a atual diretoria que faça suas críticas, mas votem. Se não têm críticas, melhor ainda, devem ir às urnas. Será um bom treinamento para outubro.”, afirmou Mira da Saúde.
Impugnação
A referência de Mira da Saúde vai de encontra a tentativa de desmobilização por parte de membros da chapa impugnada pela Comissão Eleitoral ao sugerirem que a Chapa 1, estava judicializada, por vacância em relação à desincompatibilização, de um dos membros, ao se referir ao diretor do SINDATE-DF, Jorge Vianna, por lançar pré-candidatura à vaga para deputado distrital pelo PODEMOS.
Nesse contexto, sobre a judicialização, a técnica em enfermagem e advogada Elenilde Lima Franco, membro da chapa impugnada pela Comissão Eleitoral, chegou a ingressar com ação para pedir a suspensão do processo eletivo. Porém, tal pedido foi indeferido pela Justiça.