‘Outsider’ na Política, nome de Dr. Ibaneis deve mexer no desenho das composições para disputa ao GDF para 2018
Por Kleber Karpov
O tabuleiro político para a disputa ao GDF em 2018 trouxe a tona o nome do ex-presidente da Ordem dos Advogados de Brasília (OAB-DF), Ibaneis Rocha Barros Junior, recém integrado ao PMDB-DF. Além de criar mal estar, sobretudo dentro do PMDB, sob sigilo de identidade, fonte palaciana afirma que o presidente Michel Temer articula, com o cacique do Partido da Republica (PR) Valdemar Costa Neto, apoio ao nome de Dr. Ibaneis para o governo do DF, o que deve mexer com os ânimos dos atuais pré-candidatos majoritários.
De acordo com a fonte, Michel Temer deve ceder a condução de um ministério ao PR e, em troca, o partido endossará o nome de Dr. Ibanes, para a disputa majoritária no DF. Nesse contexto, o medico, ex-secretário de saúde e ex-deputado federal, Jofran Frejat (PR), segundo nome mais expressivo para a disputa de possível sucessão ao atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) pode ficar de escanteio. Atualmente Frejat lidera, imediatamente após o Antônio Reguffe (Sem partido), as pesquisas de intenções de votos para comandar o Executivo. Reguffe, por sua vez afirma que deve concluir o mandato de senador até o final de 2021.
Reações adversas
Dentro do próprio PMDB, o vice-presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado distrital, Wellington Luiz, atual secretário geral do partido que reagiu e, sem citar nomes, por meio de uma ‘Carta Aberta ao Partido e População do DF’, criticou a postura do presidente, Tadeu Fillipelli.
CARTA ABERTA AO PARTIDO E POPULAÇÃO DO DF
No DF, nenhum partido é maior que o PMDB. E, partindo dessa premissa, se faz necessário pensar o futuro político daqueles que participam da estrutura partidária, pensando no conjunto do grupo, e não nos desejos pessoais de cada um. Se acaso há desordem interna ou perda de foco por questões pontuais não se faz reparos ou ajustes no partido, importando à quem pode muito os seus interesses pessoais, visando campanhas futuras.
Nosso lastro se escora na história democrática do partido e muito mesmo na reverência às personalidades vinculadas ao amor à democracia e observância ao que se deve destinar uma agremiação partidária.
Não podemos permitir que o desejo pessoal de alguns seja maior que o ideal inalienável e republicano do PMDB.
O Povo de Brasília merece respeito e espera muito mais de um Partido que prega seriedade.Wellington Luiz
Deputado Distrital
Secretário geral do PMDB
A reação de Wellington Luiz ocorre pois o peemedebista, em ascensão política chegou a ser cogitado para disputar majoritariamente a vice-governadoria, nas próximas eleições do DF. Algo que deve ficar comprometido com a ‘importação’ de Dr. Ibaneis para o PMDB. Sobretudo, após a suposta articulação de Michel Temer, para coligar PMDB e PR com o ex-presidente da OAB-DF como cabeça de chapa, algo a ser confirmado ainda nessa semana.
Ainda no rol das reações adversas, entram Jofran Frejat que pode ser ‘jogado’ para uma vaga à vice-governador ou ao Senado. Mas vale lembrar há poucos meses deixou claro: “Sou vascaino, mas não quero ser vice de jeito nenhum”.
Mas caso se confirme a suposta articulação de Temer eTadeu Filippelli para garantir a Ibaneis a disputa pela vaga de governador do DF também deve atingir em cheio a relação com outras agremiações partidárias, a exemplo do PSDB, PTB, PP, DEM, que compõem um grupo de agremiações partidárias que tentam impedir a reeleição de Rollemberg.
Barba de molho
Caso se confirme a entrega de mais um ministério ao PR que , atualmente comanda o Ministério dos Transportes, sob gestão de Maurício Quintella Lessa (PR-AL), quem deve colocar a ‘barba de molho’é o PSDB.
A bancada do centrão pressiona o Planalto a dar uma ‘lição’ no PSDB, uma vez que dos 47, a maioria, 23 deputados federais da bancada peessedebista votaram contra o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), na segunda denúncia do então procurador da Procuradoria Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, contra Michel Temer. Na primeira, 21 foram contrários ao relatório do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
Atualmente o PSDB tem o comando de quatro ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo(Antonio Imbassahy).
Vale observar que Temer pode aproveitar o desgaste da ministra das Relações Exteriores, a desembargadora aposentada, Luislinda Valois, ao referenciar o trabalho escravo, para justificar o pedido de acumular o salário de ministra ao de desembargadora aposentada, algo que soma cerca de R$ 60 mil e ultrapassa o teto remuneratório.
Política Distrital (PD) solicitou informações à Presidência da República e a Tadeu Fillipelli sobre o assunto, mas até o momento da publicação da matéria não houve retorno.