Mais de 2,3 mil pacientes acompanhados pela Secretaria de Saúde (SES) passaram por cirurgias eletivas nos últimos 120 dias em hospitais da rede privada. Com investimento total de R$ 19,7 milhões, os contratos com sete hospitais permitiram a execução de hernioplastias (hérnia), colecistectomias (retirada da vesícula biliar) e histerectomias (remoção do útero).
A lista de espera para cirurgias havia crescido durante a fase mais crítica da pandemia de covid-19, quando os procedimentos eletivos foram suspensos por mais de sete meses.
De acordo com a diretora de Regulação da Atenção Ambulatorial e Hospitalar da Secretaria de Saúde, Maria Aurilene Pedroza, a oferta do serviço permitiu zerar várias vezes a lista de espera para os casos enquadrados nos critérios previstos nos editais. “Chegamos a ter paciente inserido no sistema pela manhã e, à tarde, ser autorizada a cirurgia”, conta.
Procedimentos autorizados
O fluxo previsto consiste em fazer os exames preparatórios na rede pública e, conforme estabelecido nos contratos, ter acesso, no hospital contratado, a uma última consulta antes da cirurgia. A rede privada também faz a internação por um ou dois dias, conforme a necessidade.
Até o dia 12 deste mês, foram realizadas cirurgias nos hospitais Águas Claras (200), Anchieta (304), Daher (339), das Clínicas (402), Home (234), São Francisco (582) e São Mateus (290). Outras 629 cirurgias já foram autorizadas, seguindo a lista do Complexo Regulador do DF.
O primeiro procedimento, em 22 de setembro de 2021, no Hospital São Mateus, completou o prazo máximo de 120 dias. As outras seis empresas assinaram contratos posteriormente. Nesse período, os hospitais da rede pública permaneceram responsáveis pelas demais cirurgias eletivas, as emergenciais e as judicializadas. Os casos de hernioplastias, colecistectomias e histerectomias com complicações ou relacionadas ao tratamento de câncer também ficaram sob responsabilidade das unidades da SES. A rede pública registra uma média de mil procedimentos mensais.
Reforço para a rede
Além de beneficiar os pacientes que aguardavam cirurgias, os contratos com os hospitais privados representaram para a SES uma reorganização das demandas. “Foi possibilitada uma otimização dos centros cirúrgicos”, sinaliza o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Luciano Agrizzi.
O gestor lembra que diminuir a fila de cirurgia também significa menor pressão sobre as emergências dos hospitais e unidades de pronto atendimento. “Reduzimos a entrada desses pacientes em pronto-socorro com crises, com dores, por exemplo; agora a situação dessas pessoas foi solucionada”, afirma.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, lembra que os contratos de complementariedade ao Sistema Único de Saúde (SUS) são previstos na legislação e foram assinados com o envolvimento e apoio do controle social e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). “De acordo com a demanda, nós podemos adotar a complementariedade para atender os usuários”, reforça.