Emoção marca presença em casamento no Hospital de Apoio



Por Alline Martins

Após 18 anos vivendo ao lado de Maria Aparecida Mascena, 40 anos, Getúlio Aparecido, 42 anos, achou que era hora de, enfim, levar a esposa para o altar. O pedido de casamento veio de repente, dentro do Hospital de Apoio de Brasília, onde ele está internado para o tratamento de um câncer de estômago. E foi por lá mesmo que a cerimônia religiosa aconteceu, nesta terça-feira (12), apenas quatro dias após o pedido.

“Ele me disse que queria casar e eu falei: você não tem o que fazer não?”, disse a noiva, sorrindo da situação. “Mas eu disse sim. Consegui o vestido de noiva emprestado com minha irmã, uma outra irmã veio me arrumar e agora estou aqui, muito ansiosa”, relatou, enquanto se preparava para a entrada.

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A cerimônia religiosa contou com tudo que tinha direito: um noivo emocionado – que fechou os olhos para não ver a noiva passar vestida de branco antes do casamento –, o pastor da igreja evangélica que eles frequentam, a entrada da filha do casal com as alianças, convidados emocionados, música ao vivo e recepção com bolo e docinhos, sucos e refrigerantes.

Voluntariado

Toda a organização e o que foi servido durante o evento foi conseguido pelos profissionais do hospital e também por voluntários. Inclusive, o par de alianças. “Tudo isso faz parte do cuidado paliativo com o paciente e seus familiares. Eles nos apontam aquilo que eles gostariam de fazer e que lhes trariam felicidade e a gente avalia se é possível e realiza”, destacou a psicóloga da unidade, Giselle de Fátima Silva.

O esforço valeu a pena. Uma única frase dita pelo noivo resumiu o sentimento de todos ali presentes: “está tudo perfeito”. Segundo Cida, como é carinhosamente chamada a noiva, se casar na igreja sempre foi um sonho de Getúlio. “Já éramos casados no civil. Mas ele sempre foi o mais romântico”, contou.

Doença

Getúlio foi diagnosticado com um câncer de estômago há cerca de um ano. Passou por cirurgia, fez quimioterapia e radioterapia e, na última quinta-feira (7), foi transferido do Instituto Hospital de Base para o Hospital de Apoio.

“Meu marido era uma pessoa alegre e agora divide momentos de calmaria e nervosismo, mas eu estou sempre do lado dele”, disse a esposa apaixonada. A filha do casal, Taís Aparecida, de 11 anos, também não sai de perto. “Fiquei surpresa e feliz em saber que eles iriam se casar, de novo”.

Social

Getúlio e Cida não foram os únicos a se casarem no Hospital de Apoio de Brasília. Ao longo de sua existência, pelo menos outras oito cerimônias do tipo já foram realizadas na unidade. E parece que tem mais querendo vir por aí. Ao assistir ao casamento desta terça-feira (12), o paciente Lucimar Temóteo também manifestou interesse em pedir a companheira em casamento. “Já que pode, eu também quero”, brincou.

A psicóloga Giselle Silva diz que a equipe já vai começar a se mobilizar para realizar esse desejo de Lucimar, incluindo civil e religioso.

Fonte: Agência Saúde



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