Por Kleber Karpov
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) publicaram nota em que manifestam preocupação com a saída de José Eduardo do Ministério da Justiça. Entre os motivos, ambas as entidades defendem a independência da Polícia Federal (PF), em referência a importância daquela força policial no combate à corrupção, a não interferência de pressões políticas dentro da PF e a estruturação da carreira dos policiais.
Leia na integra a nota da Fenapef
Fenapef vê com preocupação os motivos que podem ter levado à saída de José Eduardo da pasta da Justiça
A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef, manifesta sua preocupação ante as notícias veiculadas sobre os motivos da demissão do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Primeiro, porque são conhecidas as posições do Ministro demissionário contra a interferência externa (política) e interna (grupos de poder ligados a partidos políticos) nas investigações da Polícia Federal. Segundo, porque, apesar das divergências técnicas entre os agentes federais e o Ministério da Justiça na gestão de José Eduardo, em torno da modernização da segurança pública, sua saída pode representar uma ameaça ao debate sobre a estruturação da carreira do Policial Federal, das quais José Eduardo Cardozo tornou-se conhecedor.
Ao mesmo tempo, a Fenapef vê como positiva a indicação do procurador Wellington Cesar para a pasta da Justiça, por acreditar ser um nome comprometido com o incremento do combate à corrupção e por defender a não interferência de grupos políticos existentes, dentro e fora da PF.
A sociedade brasileira conta com uma Polícia Federal forte e atuante e, para isso, a modernização da sua atuação e da sua gestão, por meritocracia e capacitação, em um ambiente de Polícia de Estado, é imprescindível ao Brasil.
É isso que esperamos do novo ministro.
Leia na integra a nota da ADPF
Nota à sociedade brasileira
Os Delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal.
Os Delegados Federais reiteram que defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou.
Nesse cenário de grandes incertezas, se torna urgente a inserção da autonomia funcional e financeira da PF no texto constitucional.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal permanece compromissada em fortalecer a Polícia Federal como uma polícia de Estado, técnica e autônoma, livre de pressões externas ou de orientações político-partidárias.
Contamos com o apoio do povo brasileiro para defender a Polícia Federal.
Carlos Eduardo Miguel Sobral
Presidente da ADPF