No início tudo era flores. Mas a relação política entre a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão e o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg, tornou-se inconciliável
Em um encontro ocorrido nesta quarta-feira (1), com blogueiros da Associação Brasiliense de Blogueiros de Política, a parlamentar disse que o governador distanciou-se do grupo político que o elegeu e que fomenta campanhas negativas na tentativa de desmoralizar a Câmara Legislativa por meio do seu amigo e ex-secretário da Casa Civil, Hélio Doyle que considera como “um cara frustrado e de personalidade fascista”.
Os senadores Cristovam Buarque, Antonio Reguffe e a deputada distrital, presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, apostaram numa candidatura, sem qualquer chance de vitória diante da musculatura eleitoral de José Roberto Arruda, substituído mais tarde por Jofran Frejat durante as eleições de 2014 ao governo do Distrito Federal. O então senador Rodrigo Rollemberg, que nem projeto de governo tinha, cresceu e se elegeu no segundo turno com o discurso da geração Brasília e da nova política.
“Não fomos convidados nem para opinar durante o governo de transação. Ele só comunicava o que já havia feito e pronto”, contou Celina Leão para reafirmar que nem ela e nem os dois senadores nunca tiveram qualquer influência dentro do governo Rollemberg que montou um secretariado acadêmico que até hoje sofre para livrar o DF do caos, aumentando a desesperança da sociedade que acreditava nas mudanças e nas promessas de campanha.
A traição
O senador Reguffe, segundo Celina Leão, foi o mais penalizado pela falta de compromisso e deslealdade do governador que havia prometido nas caminhadas e “rodas de conversas” que chegando ao Buriti não haveria aumento dos impostos dos remédios, uma antiga bandeira de Reguffe deste o inicio da sua vida pública como deputado distrital.
“Custava o governador ter prestigiado o senador Reguffe, honrando o compromisso do fim dos impostos sobre os medicamentos continuo? Afinal, Reguffe retirou a sua candidatura de governador para apoiar Rollemberg. Já que não podia fazer para todos os medicamentos pelo menos que fizesse isso para remédios de pressão”, ponderou.
Celina Leão contou que chegou a presidência da Câmara Legislativa pelo seu próprio mérito e com a ajuda da ampla maioria dos deputados da Câmara Legislativa que apostava num legislativo mais independente e sem amarras.
A Câmara Itinerante que se reúne nas cidades do DF, montando a tribuna livre com participação popular, abriu um canal de comunicação direta com população em atendimento as suas demandas.
Trata deputados como se fossem nada
“Todas as vezes que nós deputados estivemos com o governo foi para tratar dos pedidos das comunidades. Mas, o que se viu foi um distanciamento do governo com os deputados como se nós, que representamos a voz da população, não fossemos nada. Apesar de todo esse desrespeito com a Câmara temos responsabilidade com Brasília”, disse.
A deputada afirmou o que a deixou chateada com Rollemberg foi o jogou desleal dele em relação ao projeto de reeleição à presidência da Câmara Legislativa, cujo projeto já havia sido aprovado no primeiro turno .
“Já no segundo turno da votação, o governador agiu pessoalmente em cima dos deputados para impedir que a proposta fosse aprovada. Foi um ato de intromissão no Poder Legislativo e desnecessário. Eu tive várias conversas com o governador sobre o assunto e ele nunca me disse que era contrário ao projeto de reeleição. Acho que a pessoa deve ter posicionamento na vida pública. Isso me deixou magoada. Aprovar o projeto de reeleição não significa que eu sou candidata ou que serei novamente presidente da Câmara Legislativa, até porque temos seis candidatos disputando a vaga. Por tanto, esse projeto é do interesse de muitos deputados e não apenas meu,”apontou.
A insatisfação do povo
A deputada Celina Leão disse que há uma insatisfação generalizada da população contra o governo Rollemberg. A classe política, o segmento empresarial e dos servidores públicos têm sido desprezados pelo governo, na avaliacao da parlamentar.
Ela afirmou que a posição do deputado federal Izalci (PSDB), ao suspender um encontro dos deputados federais com o governador foi bastante providencial. “ Em 1 ano e meio Rollemberg nunca conversou com a bancada federal e só agora chama para um almoço e ainda plantaram notinhas de que os deputados iriam pedir cargos. A bancada se sentiu ofendida. Eu não quero brigar com o Rodrigo, não tenho essa intenção. Quero apenas continuar fazendo o meu trabalho de forma política e sem baixaria. Se o medo dele é por que acredita que eu seja candidata a governadora do Distrito Federal, pois posso reafirmar que o meu destino político, em 2018, é a Câmara Federal” comentou.
Por fim, ela disse que a avaliação da Câmara Legislativa, junto a sociedade, é bem melhor do que a do atarantado Governo de Brasília que ainda não disse a que veio.
Fonte: Radar Condomínios