Equipamento encaixotado e pacientes com câncer sem atendimento



O velório ocorrido na terça-feira (31), na capela 4, do cemitério Campo da Esperança, Asa Sul de Brasília, era de mais uma pessoa comum do povo que lutou pela vida durante 1 ano, após ter descoberto que estava com câncer no intestino que rapidamente virou metástase. O semblante do aposentado no caixão era de descanso eterno, após tanto sofrimento. Porém, o sentimento externado pela família era de indignação.

O aposentado perdeu a batalha contra a doença por causa do ineficiente Sistema de Saúde Publico do governo Rollemberg. O destino do aposentado poderá ser o mesmo caminho de um contingente de quase 10 mil pacientes diagnosticados com a doença e que também sofrem pela falta do atendimento médico, com a demora nas consultas e pela falta de um método mais eficiente que possa descobrir e tratar o câncer ainda no início.

Mas isso está longe de acontecer um tratamento mais eficaz que possa aliviar as aflições das centenas de pessoas que se vêem condenadas à morte por causa da ineficiência do combalido sistema de saúde do Governo Rollemberg. A situação chega a preocupar o Instituto Nacional de Câncer, órgão singular do Ministério da Saúde, que faz estimativa e o monitoramento da doença nos estados e no Distrito Federal.

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O Pet Scan, um equipamento que custou R$ 3,5 milhões aos cofres públicos e que consegue detectar com precisão tumores e até checar a regressão do câncer depois de sessões de quimioterapia, continua encaixotado, desde 2013, em um corredor do Hospital de Base. Alguns técnicos chegam a afirmar que o equipamento, por se encontrar armazenados de forma irregular, pode não funcionar direito como deveria.

No ano passado, o Ministério Publico exigiu que a Secretaria de Saúde colocasse o equipamento para funcionar, mas até agora a obra que deveria ser feita pela Novacap para abrigar o pet scan continua em banho-maria.

O Radar procurou a Secretaria de Saúde que não quis informar o custo da construção da pequena sala com todas as especificações técnicas, para abrigar o equipamento. No entanto, informou que o projeto seria feito em um período de oito meses. Veja a baixo na nota da SS enviada ao Radar.

O que pode ser um prazo razoável para o Governo Rollemberg botar no papel de como seria uma sala para funcionar o pet scan abandonado no corredor do Hospital de Base, pode ser o tempo necessário para o câncer levar centenas de pessoas do Distrito Federal para a cova como aconteceu com o aposentado, velado por familiares indignados, em uma capela do cemitério Campo da Esperança.

Nota da Secretaria de Saúde

A Secretaria de Saúde informa que o aparelho PET Scan foi adquirido em 2013, na gestão anterior, numa ação que, à época, não levou em conta a sua complexidade e todas as demais operações e reformas que teriam de ser feitas para a sua utilização. A nova gestão da Secretaria de Saúde, que herdou esse problema, considera uma de suas prioridades desencaixotar essa máquina e colocá-la em funcionamento, já que ela auxiliaria imensamente na demanda de cerca de mil pacientes oncológicos. E medidas concretas já estão sendo tomadas nesse sentido.

A sala na qual o aparelho virá a ser instalada precisa de toda uma estrutura de proteção radiológica, que necessita de inspeção e aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Além disso, normas exigem, para obras de reforma, a inclusão de um projeto arquitetônico que englobe todo a área do hospital com relação à segurança contra incêndio e acessibilidade. Como o aparelho implica um consumo muito grande de energia, será necessária a construção de uma subestação para atender a essa demanda.

No início de março, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, teve uma reunião específica sobre o problema, na qual a Novacap – empresa que cuida dos projetos de engenharia e infraestrutura do Governo de Brasília – ficou encarregada de fazer o projeto arquitetônico e da subestação. A estimativa é que tais projetos estejam concluídos em oito meses. Também já se acertou uma destinação orçamentária do Ministério da Saúde para a realização de todas as obras necessárias para a instalação do aparelho. Assim que os projetos forem concluídos, será possível utilizar-se tal destinação.

Cabe destacar que tal equipamento auxilia o profissional de saúde no diagnóstico de câncer, por meio de exames de imagem. Neste momento, este é o único PET Scan da rede. Enquanto ele não pode estar em funcionamento, os pacientes continuam usando as tecnologias já existentes na capital federal para o diagnóstico e acompanhamento desta patologia. Justamente por ser um serviço inovador, mas que ainda não está disponibilizado, não há fila de espera pelo procedimento.

Por fim, a Saúde de Brasília ressalta que não está inerte diante desta situação e que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas para garantir a assistência à população.

Fonte: Radar Condomínios



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