Formadores de opinião e parlamentares vão expor em debate o que o setor produtivo e as políticas públicas têm feito na busca do melhor tratamento das duas patologias
O que há de novo em estudos, pesquisas, no mercado farmacêutico e em pauta no governo quando se fala em diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla e da psoríase? Para discutir estas questões, na próxima terça-feira (27), autoridades do poder público e privado e especialistas da área de saúde de todo o país se reúnem na 10ª edição do Fórum Nacional sobre Medicamentos no Brasil – Doenças Autoimunes, que acontece no Senado Federal, em Brasília. A proposta é sensibilizar o governo para dar celeridade no processo de novos medicamentos, já disponíveis no mercado brasileiro, e que melhoram a qualidade de vida dos portadores dessas patologias.
Doenças autoimunes, a psoríase e a esclerose múltipla são causadas pelo próprio sistema imunológico da pessoa e não têm cura. Porém, um diagnóstico mais rápido para o início do tratamento e o desenvolvimento de medicações mais eficazes controla a inflamação e previne as complicações no órgão-alvo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Além de novos medicamentos, o debate vai abordar ainda temas como regularização de novas drogas, melhoria na transparência e maior envolvimento da sociedade civil nas incorporações de tecnologias, acesso nos sistemas público e privado, impacto socioeconômico destas doenças no Brasil e perspectivas e avanços nas terapias existentes. São justificativas acadêmicas e técnicas, pautas que tramitam no Congresso Nacional e exemplos de boas práticas em outros países que podem se adequar à realidade brasileira.
“Tanto a esclerose múltipla quanto a psoríase são doenças que trazem historicamente muito preconceito pela falta de informação”, explica Gustavo San Martin, diretor executivo da AME – Amigos Múltiplus pela Esclerose, organização não-governamental que tem por objetivo principal difundir informações sobre a patologia. Segundo Martin, jovens adultos são muitas vezes taxados de “preguiçosos” por conta dos sintomas da doença e sentem vergonha de, por exemplo, sentar em assentos preferenciais, aos quais têm direito, com medo de retaliações. “Trazer informação sobre estas doenças para a sociedade é fundamental”, diz.
O X Fórum Nacional sobre Medicamentos no Brasil – Doenças Autoimunes acontece no Auditório Antônio Carlos Magalhães no Interlegis, das 14h às 18h e é aberto ao público. A inscrição gratuita pode ser feita no site do Instituto Ação Responsável.
Esclerose Múltipla (EM)
Considerada um sério problema de saúde pública mundial, devido ao impacto socioeconômico que causa, a esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica e autoimune, inflamatória e incapacitante que acomete 2,5 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, há 35 mil portadores e cerca de 13 mil em tratamento, de acordo com o Datasus.
Sua causa é desconhecida, mas a hipótese mais aceita é que seja uma doença autoimune complexa e que fatores genéticos e ambientais também sejam responsáveis pelo seu aparecimento e evolução. No entanto, sabe-se que a doença afeta, normalmente, adultos e jovens em idade econômica e socialmente ativa, entre 18 e 55 anos, e é mais recorrente em mulheres. No Brasil, de acordo com os dados apresentados pelo grupo elaborador do protocolo, sua taxa de prevalência é de aproximadamente 15 casos por cada 100 mil habitantes.
Psoríase (PS)
É uma doença crônica inflamatória da pele, muito comum, que afeta acima de 2,5% da população mundial. No mundo, a patologia afeta de 2% a 3% da população. A prevalência no Brasil é de aproximadamente de 1,5% da população brasileira. Em torno de 30% dos indivíduos desenvolvem artrite (inflamação nas articulações), e mais de 60% têm comprometimento e alterações das unhas. A doença afeta igualmente ambos os sexos. Por ser uma doença crônica, uma vez manifesta, precisa ser tratada pela vida toda.
A artrite psoriásica (AP ou PsA) é uma doença inflamatória crônica que pode causar inflamação articular progressiva e lesão, comprometimento da atividade funcional e, conseqüentemente, redução da qualidade de vida. O tratamento ajuda a controlar a doença e a reduzir seu impacto na rotina do paciente.
Serviço:
X Fórum Nacional sobre Medicamentos no Brasil – Doenças Autoimunes
Data: 27 de novembro, terça-feira, das 14 às 18h
Local: Auditório Senador Antônio Carlos Magalhães no Interlegis, Senado Federal