Balões, fitas e roupas brancas, músicas e palestras marcaram a manhã desta quinta-feira (20) em diversas escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal. Instituições como a Escola Classe 204 Sul, localizada na Asa Sul, Escola Classe 12 de Taguatinga, Escola Classe 102 do Recanto das Emas e o Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará promoveram ações pela paz nas escolas, como forma de resposta a ameaças de ataques em colégios no Brasil.
Na EC 204 Sul, os alunos foram vestidos de branco para simbolizar a paz que eles desejam encontrar nas instituições de ensino. Durante a programação, os estudantes cantaram o Hino Nacional na hora cívica e ainda participaram de um momento de meditação, chamado Plena Atenção, para que pudessem trabalhar a respiração e a imaginação para se acalmarem.
Segundo a diretora da escola, Alessandra Alves, a equipe gestora já trabalhava com os alunos projetos que tratam os valores. “Esta iniciativa já estava prevista na nossa proposta pedagógica deste ano e acabou coincidindo com esse momento triste, onde precisamos acalmar nosso país, alunos e toda a comunidade escolar ressaltando valores de paz, respeito, amor, amizade, além de ser muito importante para todas as nossas crianças”, destaca.
A cultura de paz não sensibiliza somente os servidores, pais e comunidade escolar. O pequeno Gabriel Sampaio, 6 anos, por exemplo, deixou claro o que deseja. “O que eu quero é que as escolas tenham segurança e amor. Quero também que as pessoas tenham mais amor”, declara.
A intenção das ações é também tranquilizar os pais dos estudantes, segundo a professora Lorena Silva. “O dia serviu para ensinar os valores às nossas crianças que serão o futuro da nossa cidade, acalmar as famílias e trazer segurança para aqueles que mandaram seus filhos para as escolas”, disse.
Um plano de segurança para as escolas do Distrito Federal foi anunciado em entrevista coletiva, no dia 13, no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), pelos secretários de Segurança Pública, Sandro Avelar, e de Educação, Hélvia Paranaguá. Trata-se de um conjunto de medidas para a prevenção da violência.
As ações envolvem o reforço no efetivo policial, a participação de vigilantes e o monitoramento da deep web – uma área da internet que fica “escondida”, tem pouca regulamentação e que, pela dificuldade de acesso, é usada para o compartilhamento de conteúdo ilegal – e perfis em redes sociais que fazem apologia à violência nas instituições de ensino.
No dia 17, todos os diretores das escolas públicas do DF participaram de uma formação, na qual foram dadas orientações sobre atitudes que devem ser tomadas mediante casos de ameaças à comunidade escolar. O evento aconteceu na Academia do Corpo de Bombeiros, e faz parte do plano de segurança para as escolas do DF.
Durante a programação, a secretária de Educação fez um apelo às famílias dos estudantes. “É preciso trazer a família para dentro da escola. Por isso, pedimos ajuda aos familiares, para que estes conversem com seus filhos, observem os comportamentos deles, vistoriem a mochila, os celulares. Precisamos contar com mais esse apoio que vem de dentro da casa dos nossos estudantes”, destacou.