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23 nov 2024 07:22


Espetáculo teatral de escola pública do Gama conscientiza comunidade escolar sobre racismo

Alunos do CED 08 do Gama abordaram o tema de diferentes formas na peça teatral Corpo Fechado

Estudantes do Centro Educacional (CED) 08 do Gama apresentaram, nesta quinta-feira (1º), o espetáculo teatral Corpo Fechado, que apresentou a temática do racismo com diferentes abordagens. A peça, que possui diversas referências a obras presentes no Programa de Avaliação Seriada (PAS), da Universidade de Brasília (UnB), emocionou todo o público presente, inclusive a secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá.

A peça teatral foi encenada por alunos do ensino médio do colégio e abordou assuntos relacionados à recuperação da autoestima da mulher negra, violência policial contra a população negra, além de resgatar memórias de pessoas assassinadas e incentivar o letramento racial sobre o tema.

O espetáculo emocionou o público ao trabalhar a proposta de se colocar no lugar de pessoas marginalizadas, ou seja, que estão à margem da sociedade. A peça foi destaque no festival cultural da escola e chamou atenção da secretária de Educação, que prestigiou o evento.

“A peça é extremamente forte, real e verdadeira. O racismo estrutural é deplorável porque como o nome já diz, ele está na estrutura do Estado e temos que combatê-lo”, disse a secretária, que parabenizou os atores e professores que contribuíram para que o espetáculo fosse apresentado. Para ela, “essa é uma peça que deve ser replicada em toda a rede pública de ensino”.

O vice-diretor do CED 08, Guilherme Pereira, mencionou que a peça possui diversas referências a obras presentes no PAS. Ele também ressalta a importância da formação integral do cidadão. “Acredito que a escola tem um papel não só de ensinar conhecimento, mas também de formar cidadãos, brasileiros integrais, que têm uma concepção humana de respeito às diferenças e à cultura”.

A coordenadora da Regional de Ensino do Gama, Cássia Maria Marques, assistiu a peça ao lado da secretária Hélvia Paranaguá

A montagem e os ensaios para a peça duraram cerca de dois meses e foi orientada pelo professor Valdeci Moreira. “O estudo dos povos africanos e da história africana têm que ser trabalhado na escola sempre. Não somente no mês da consciência negra, pois minha consciência não é só um dia. Então, nós enquanto educadores precisamos fazer um letramento racial”, concluiu o professor.

Protagonistas

Geovana Yasmim de Souza de apenas 15 anos é uma das alunas que encenou a peça. Para ela, foi libertador poder falar sobre a temática do racismo abertamente. “Um dos lugares que mais acontece o racismo, bullying é nas escolas. Então esse tema tem que ser muito bem trabalhado, porque muitos alunos sofrem dentro de sala de aula, como eu, e não falavam. Só que agora a porta pode ser aberta para gente falar, ter voz, e isso é muito bom”.

Corpo Fechado é um espetáculo que trabalha o multiculturalismo e a coletividade, além de destacar a importância da ancestralidade para a população negra. Como diz a escritora e professora americana Toni Morrison, cuja frase foi citada na peça: “Quando não souber onde ir, olhe para trás e saberá de onde vem”.

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