A manhã desta quarta-feira (28) será lembrada como o início de um novo ciclo para cerca de 450 médicos residentes do Distrito Federal. Após passar por um processo seletivo disputado, com milhares de inscritos, eles foram acolhidos por gestores da Secretaria de Saúde (SES), da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) e do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), durante evento que deu as boas-vindas aos profissionais.
Em um auditório lotado, os novos residentes ouviram atentos sobre a importância da sua chegada e o quanto a experiência futura será rica de aprendizado e conhecimento. Puderam também explorar a história da residência médica no DF, que teve início no Hospital de Base, logo após sua inauguração, em 1964. Antes mesmo de ser regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC), em 1981, já havia a residência aqui.
O último processo seletivo, responsável pela nomeação desses médicos, trouxe uma novidade, com a reserva de vagas para pessoas pretas, com deficiência e indígenas. A finalidade é tornar o ambiente hospitalar cada vez mais inclusivo, tanto para pacientes, quanto para os especialistas que realizam os atendimentos
Durante a abertura do evento, a diretora-executiva da Fepecs, Inocência Rocha Fernandes, destacou a importância da especialização e, principalmente, “de aprender a olhar com cuidado para os pacientes, oferecendo uma assistência humanizada”. A gestora falou sobre o papel da fundação nos programas de residência e fez um apelo aos médicos: “Prestem concurso para a nossa saúde pública e fiquem conosco permanentemente”.
O evento de acolhimento visa recepcionar os médicos, que vão transitar pelos hospitais da rede pública nos próximos anos a fim de se especializar em suas áreas de interesse. A Fepecs e a Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) são as instituições formadoras responsáveis pelos programas, que são custeados pela SES. Atualmente, 1.227 residentes fazem parte dos 120 programas de residência médica oferecidos pela saúde pública do DF.
A coordenadora dos cursos de pós-graduação lato sensu e extensão da Escs, Vanessa Dalva Guimarães, explica que o objetivo do evento é “recepcionar médicos de todo o Brasil que vieram se especializar no Distrito Federal, além de esclarecer dúvidas e prepará-los para o início das atividades, que ocorrem logo em seguida”. Segundo ela, os residentes são divididos conforme a duração do programa e distribuídos de acordo com a matriz de competências do MEC.
Programas
A residência médica do DF é uma das mais procuradas do país e recebe, anualmente, médicos de todas as regiões. A duração dos programas é de acordo com a especialidade escolhida pelo médico. Alguns são finalizados em dois anos, outros em três, e os mais prolongados, a exemplo da especialidade em neurocirurgia, têm duração de cinco anos.
Os residentes podem ter um cenário de prática de preferência, mas, como a residência é em rede, não permanecem em um único local. Eles transitam por vários hospitais e podem realizar o treinamento em serviços especializados dentro da SES e em instituições privadas com as quais exista um Termo de Cooperação Técnica (TAC).
Hoje, com o grande crescimento dos programas, existem 12 comissões de residência médica (Coremes) vinculadas à SES que realizam a coordenação e estruturação dos programas, como definição das vagas e distribuição em cenários de práticas.
Ações afirmativas
O último processo seletivo, responsável pela nomeação desses médicos, trouxe uma novidade, com a reserva de vagas para pessoas pretas, com deficiência e indígenas. O número foi calculado de acordo com as chances de cada programa e faz parte das ações afirmativas destinadas às residências médicas. A finalidade dessa ação é tornar o ambiente hospitalar cada vez mais inclusivo, tanto para pacientes quanto para os especialistas que prestam os atendimentos.